Imagem das ações em solidariedade a Ahmad Sa'adat, respectivamente da esquerda para a direita, no México, na Irlanda e na Alemanha. Foto: Reprodução
Ativistas de diversas partes do mundo como França, Alemanha, Estados Unidos (USA), Irlanda, Canadá e México realizaram uma série de ações exigindo a libertação de Ahmad Sa’adat, Secretário-Geral da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP). Sa’adat se encontra preso nos porões israelenses desde 2002, condenado a 30 anos de prisão, e as ações internacionais fazem parte da semana de mobilizações pela sua libertação: de 15 à 22 de janeiro.
Na França, desde a prisão em que se encontra, Georges Ibrahim Abdallah enviou uma carta saudando a semana internacional e o camarada Sa'adat. Georges Abdallah é um destacado militante da causa palestina que se encontra na condição de prisioneiro político libanês, lutador contra a ocupação da Palestina e militante da FPLP. "Saudações e agradecimentos aos dirigentes da revolução palestina, nossos inabaláveis e heróicos prisioneiros, incluindo nosso camarada e dirigente Ahmad Sa'adat, Secretário Geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina”, afirmou Abdallah.
Na Alemanha, foi realizada uma manifestação pela Aliança contra a Agressão Imperialista em Hamburgo no dia 22 de janeiro. A manifestação exigiu a libertação de Sa'adat, assim como a liberdade para todos os prisioneiros de guerra revolucionários. As falas dos ativistas denunciaram o imperialismo e também destacaram as lutas dos povos oprimidos do mundo. A Rede de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos (Samidoun) também enviou uma saudação para a manifestação. A palavra de ordem Viva a Palestina! foi entoada durante o ato e atraiu diversos transeuntes que se juntaram ao protesto.
Cartazes e faixas também foram colocados na cidade de Magdeburg, exigindo a libertação de Ahmad Sa'adat e Georges Ibrahim Abdallah.
Faixas estendidas em Magdeburg. Foto: Dem Volke Dienen
No USA também houveram manifestações durante aquela semana, especificamente no Brooklyn, em Nova York, onde dezenas de ativistas e apoiadores da luta de libertação palestina marcharam e realizaram um ato denunciando a cumplicidade do imperialismo ianque com o sionismo. Eles entoaram a palavra de ordem Libertar a palestina!
Dezenas de bandeiras foram vistas na manifestação. Ela também contou a participação de militantes da causa palestina e apoiadores. Uma ativista usou o microfone para fazer uma intervenção: “Unidos até libertar toda Palestina do rio até à costa!”, afirmou a manifestante em referência ao território palestino ocupado pelos sionistas israelenes, que vai do Rio Jordão até o Mar Mediterrâneo.
Na Irlanda, em 15 de janeiro, militantes da Ação Anti Imperialista Irlanda (AAII) realizaram um dia de panfletagem e manifestação na cidade de Waterford em apoio a Ahmad Sa'adat.
Em Vancouver, no Canadá, manifestantes se reuniram no centro Commercial-Broadway Skytrain, realizando um ato.
No México, houve um evento com a juventude revolucionária do país sobre a situação dos presos políticos na Palestina. Os jovens confeccionaram um cartaz em solidariedade à luta de libertação nacional do heróico povo palestino.
Resistência desde o cárcere
Em 2002 Ahmad Sa'adat foi preso sem julgamento pelo Estado sionista de Israel acusado de estar envolvido na organização da ação que assassinou do Ministro do Turismo israelense, Rehavam Ze'evi. Ele e outros lutadores palestinos foram então mantidos sob cárcere na Palestina em Jericó, com policiais americanos e britânicos supervisionando seu cativeiro e submetendo os militantes a diversas formas de tortura.
Admirado pelas massas palestinas, Sa'adat, que também é professor de matemática, foi proibido de concorrer a cargos políticos na Palestina, de dar entrevistas ou dirigir-se ao público, em flagrante desrespeito à liberdade de expressão e de manifestação promovida pelo sionismo.
Em 2006, as forças de repressão israelense tentaram transferir Sa’dat para uma prisão israelense com medo de que o prisioneiro político fosse libertado por forças revolucionárias. Durante essa operação sionista, houve uma rebelião no presídio dirigida por Sa’adat e mais de 200 prisioneiros políticos de guerra se recusaram a se render. Os prisioneiros construíram barricadas e conquistaram as armas dos guardas, em um conflito que durou mais de dez horas. Sa'adat foi, então, colocado em prisão solitária.
Em 2011, Sa'adat e centenas de outros membros do FPLP, ativistas e palestinos prisioneiros políticos, iniciaram uma greve de fome para protestar contra as péssimas condições de sobrevivência nas prisões israelenses e o confinamento solitário a que eram rotineiramente submetidos. Os prisioneiros políticos conquistaram o fim dos confinamentos solitários.
Antes de ser preso em 2002, Sa’adat já havia sido preso pela sua participação na luta pela expulsão do sionismo do território palestino em oito ocasiões diferentes, totalizando 10 anos.