O USA está disposto a discutir com os dirigentes da Resistência Nacional afegã, vinculados ao Talibã, o fim da guerra imperialista no país. A declaração foi do general John Nicholson, que comanda as tropas ianques na invasão estrangeira desde março de 2016.
A declaração ocorreu no início da segunda quinzena de julho. “Nosso secretário de Estado, o senhor Mike Pompeo, disse que nós estamos prontos para falar com os talibãs e discutir o papel das forças internacionais.”, disse o general.
Os talibãs não deram qualquer declaração a esse respeito, mas o porta-voz da oficina política dos talibãs no Qatar, Sohail Shahin, afirmou que estava ainda aguardando a confirmação da declaração. “Isto é o que queríamos e estávamos esperando: sentar-nos com o USA diretamente e discutir a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão”, cravou, ressaltando que o primeiro passo é a retirada dos líderes talibãs da lista de terroristas das Nações Unidas.
Os talibãs aplicaram a política de não negociar com o governo títere e fantasma que encabeça hoje o velho Estado afegão, insistindo que só negociariam o fim da guerra com o USA e sob a condição de completa retirada das tropas invasoras.
Paz somente com a expulsão do invasor
No mês de fevereiro deste ano, os talibãs lançaram uma carta convocando o povo norte-americano a pressionar o arquirreacionário Donald Trump. Na carta, o Talibã recordou que a guerra de resistência nacional levada a cabo pela Resistência já aniquilou, nos últimos anos, mais de 3,5 mil soldados invasores de diversas nacionalidades. Em outros pontos, os combatentes afirmam que não há possibilidade de vitória aos ianques e que a melhor saída é abandonar seu projeto de dominação colonial.
Quando os ianques enviaram mais tropas para o país, em agosto deste ano, os talibãs foram enfáticos. “Se o USA não retirar suas tropas, o Afeganistão se tornará em breve um cemitério para esta superpotência do século XXI”, afirmou em comunicado o porta-voz, Zabiullah Mujahid, em agosto. “Simplesmente estão desperdiçando soldados ianques. Sabemos como defender o nosso país”, ressaltou o comandante, que exigiu a retirada das tropas ianques do Iraque.
O porta-voz afirmou também que “enquanto houver um soldado do USA em nossa terra impondo-nos a guerra”, o Talibã – principal força da Resistência nacional afegã – seguirá respondendo com a guerra de resistência.
Assim, a retirada das tropas ianques do Afeganistão, independente da circunstância e dos meios com que se consumasse, significaria a derrota de sua guerra de dominação e reconhecimento de sua incapacidade de dominar, por meio da guerra, a nação afegã.
Forças Armadas da Resistência Nacional Afegã