O novo ministro de Comunicações do governo, Pedro Lucas Fernandes (União), tem um histórico de corrupção e afiliação ao bolsonarismo. Segundo reportagem divulgada pelo monopólio de imprensa O Globo no dia 9 de abril, Fernandes já enviou mais de R$ 30 milhões em emendas para a cidade de Arame (MA), onde seu pai é prefeito. Fernandes também tomou parte, nos últimos dias, na articulação para aprovação do projeto de lei da “anistia” aos galinhas verdes do 8 de janeiro.
Fernandes vai substituir o ex-ministro Juscelino Filho (União), que pediu demissão depois de a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) por desvio de verba parlamentar para a cidade de Vitorino Freire (MA), onde sua família possui latifúndios e a irmã era prefeita.
O anúncio da troca de seis por meia dúzia foi realizada pela atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais e presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Ela também disse que o novo ministro de Comunicação só irá assumir o cargo após a Páscoa, 20 de abril.
As conversas entre o governo federal e o futuro ministro de Comunicações contaram com a presença de Juscelino Filho – o que mostra que Luiz Inácio só pediu para Juscelino se demitir por medo de sua popularidade cair após a denúncia da PGR, e que o novo nome foi escolhido sob orientação direta do “centrão”.
Em entrevista, a presidente do PT afirmou que a indicação de outro membro do União Brasil se dá pelo fato de que “uma parte significativa de sua bancada tem dado votos para a governabilidade”. Ela só não deu exemplos. O que se sabe é que o governo de Luiz Inácio trocou, em várias ocasiões, emendas e ministérios para conseguir aprovar projetos reacionários, como o “arcabouço fiscal”, o “pacote fiscal” – que colocou o salário mínimo sob as regras do arcabouço – e a reforma tributária pró-classes dominantes.
A verdade é que Luiz Inácio (PT), apesar de ter sido forçado a tirar Juscelino Filho do governo, não pode romper o acordo com o “centrão” bolsonarista e escolher um nome menos queimado para o ministério. O tiro tende a sair pela culatra: além de se desmoralizar mais frente às massas populares, o fortalecimento do “centrão” favorece o bolsonarismo e a extrema direita e mina as bases da própria tão almejada “governabilidade”.