O aumento dos combustíveis do governo Lula/Alckmin

O governo de Lula/Alckmin aplicou, no dia 1° de março, o início da reoneração sobre a gasolina e etanol, suspensa desde maio do ano passado, pelo governo do ultrarreacionário Bolsonaro.
Governo mantém a mesma política de “paridade internacional” e tira aumenta preço final da gasolina. Foto: Reprodução
Governo mantém a mesma política de “paridade internacional” e tira aumenta preço final da gasolina. Foto: Reprodução
Governo mantém a mesma política de “paridade internacional” e tira aumenta preço final da gasolina. Foto: Reprodução

O aumento dos combustíveis do governo Lula/Alckmin

O governo de Lula/Alckmin aplicou, no dia 1° de março, o início da reoneração sobre a gasolina e etanol, suspensa desde maio do ano passado, pelo governo do ultrarreacionário Bolsonaro.

O governo de Lula/Alckmin aplicou, no dia 1° de março, o início da reoneração sobre a gasolina e etanol, suspensa desde maio do ano passado. Será cobrado R$ 0,47 de imposto sobre o litro da gasolina, e o etanol passa a ser taxado em R$ 0,02 a cada litro. Os aumentos são realizados em meio à situação limite no país, em que os combustíveis se somam e insuflam a inflação e a defasagem salarial. O aumento dos combustíveis de Lula/Alckimin aumentará a superexploração sobre os trabalhadores que dependem deles, em especial trabalhadores da entrega e caminhoneiros. 

Enquanto isso, diversas categorias pelo Brasil, como a dos profissionais da educação e da saúde, operários metalúrgicos e do ramo do transporte público, assim como os entregadores de aplicativo, iniciaram o ano de 2023 com manifestações e greves combativas contra os salários de fome e exigindo o cumprimento das promessas do governo. O aumento dos combustíveis jogará gasolina neste barril explosivo, que é o Brasil de 2023.

Entregar a mão para, logo em seguida, entregar o braço

O governo oportunista tenta não agitar a categoria dos caminhoneiros, que realizaram uma grande greve no ano de 2018, paralisando todo o Brasil. Desde então, trabalhadores deste ramo continuam mobilizados para exigir seus direitos.

Os aumentos sobre os combustíveis foram feitos quase exclusivamente sobre a gasolina, sendo menor a elevação do preço do etanol. O diesel não sofreu aumento, justamente por ser utilizado pelos caminhoneiros. Afeta-se, portanto, principalmente o transporte individual. Entretanto, apesar de a maioria dos carros brasileiros aceitarem tanto a gasolina quanto o etanol, os carros comuns consomem até 30% mais álcool que gasolina. Em verdade, estamos assistindo a uma acentuação do aumento dos combustíveis, tendência em curso há já muitos anos no nosso país (para o qual a situação internacional só reforça, dado o grau de dominação imperialista que sofre a Nação).

As promessas do governo: tudo, menos o PPI

Durante a campanha, Luiz Inácio dizia que Bolsonaro “não teve coragem” de tomar medidas para reduzir o preço do combustível que sai das refinarias, acabando com o Preço de Paridade de Importação (PPI). 

“Essa história de PPI é para agradar os acionistas, em detrimento dos 230 milhões de brasileiros”, afirmou, em entrevista ao UOL. “A gente pode reduzir o preço, sim, o presidente não teve coragem”, completou.

Hoje, já eleito, seu ministro da fazenda Fernando Haddad afirma que não é necessário mexer no PPI para que se contenha o preço final ao consumidor, e acrescenta que o novo governo está “respeitando o PPI”. 

Apesar de se opor demagogicamente ao PPI, Lula não se atreveu a encostar um dedo nele, uma vez que significaria arranhar sua relação com o imperialismo. A manutenção criminosa do PPI, por sua vez, acarreta em que os combustíveis, produzidos aqui e vendidos em reais, acompanhem a variação dos preços internacionais em dólar. Sendo os valores convertidos de um para o outro, sempre se ocorrerá a situação onde quem paga mais é a moeda “mais fraca”.

A quem interessa manter isto? Apenas para os grandes acionistas da Petrobrás e para o imperialismo ianque – além do governo Lula/Alckimin, que não quer e não pode enfrentar tais interesses. Uma vez que se mantém tal situação, a Petrobrás vende nossa produção em dólares, o USA compra e vende os combustíveis de acordo com sua moeda “forte”, lucrando em cima da miséria do povo.

O governo de coalizão reacionária de Lula/Alckimin, cuja composição é dos mesmos e surrados velhos partidos políticos das classes dominantes reacionárias (PT, PSD, MDB, PP, União Brasil, PSB, Agir, Avante e Pros), mantém a mesma política de “paridade internacional” iniciado pelo governo do vendilhão Michel Temer (MDB) e continuado pelo de Bolsonaro.

Aumento dos combustíveis e salários defasados

O aumento dos combustíveis inevitavelmente significará um aumento no preço dos produtos básicos, uma vez que o transporte de todos estes produtos em nosso país é realizado através de longas rodovias que ligam as diferentes regiões e os estados – e também internamente, dentro dos próprios estados e municípios. Com a inflação agravada, os salários que já estão defasados ficarão ainda mais. 

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo atualmente deveria ser de R$ 6.458,86 para atender despesas como alimentação, moradia, saúde, educação, entre outras necessidades. Entretanto, o salário mínimo para 2023 será de R$ 1.380,60.

Contra os salários de fome, enfermeiros, professores, operários e entregadores têm realizado greves e manifestações por todo o Brasil, demonstrando o nível de insatisfação das massas brasileiras contra o atual estado de exploração e opressão.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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