Operação palestina mata 3 oficiais israelenses em resposta à agressão na Cisjordânia 

A resposta ocorreu depois de outras ações importantes da resistência na região no dia 31 de agosto, quando combatentes realizaram uma dupla operação nos assentamento de Gush Etzion e Karmei Tzur, perto de al-Khalil. 
Israel aprofundou incursões na Cisjordânia nesta semana. Foto: AP

Operação palestina mata 3 oficiais israelenses em resposta à agressão na Cisjordânia 

A resposta ocorreu depois de outras ações importantes da resistência na região no dia 31 de agosto, quando combatentes realizaram uma dupla operação nos assentamento de Gush Etzion e Karmei Tzur, perto de al-Khalil. 
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Combatentes da Resistência Nacional Palestina mataram no dia 1° de setembro três oficiais israelenses no posto de controle de Hebron, no Norte da Cisjordânia ocupada. A operação ocorreu em meio ao aumento da agressão sionista em toda a Cisjordânia, particularmente na cidade de Jenin. 

Postos de controle são instalações do Estado sionista de Israel construídas no território palestino ocupado para reforçar a dominação sobre o povo palestino e fiscalizar as operações das forças resistentes.

Era o quinto dia de operações sangrentas de Israel em Jenin quando os combatentes se mobilizaram. Inicialmente, a imprensa israelense noticiou que dois policiais tinham sido alvejados e estavam em estado crítico. Mais tarde, a polícia confirmou a morte de três oficiais em decorrência da operação. 

O ataque foi reivindicado por um grupo armado chamado Brigadas Khalil al-Rahman. Ao que tudo indica, o grupo é um dos vários destacamentos de patriotas palestinos organizados na Cisjordânia para resistir à ocupação sionista. 

A resposta ocorreu depois de outras ações importantes da resistência na região no dia 31 de agosto, quando combatentes realizaram uma dupla operação nos assentamento de Gush Etzion e Karmei Tzur, perto de al-Khalil. 

Eles plantaram explosivos em carros e conseguiram ferir quatro militares sionistas, dentre eles o comandante da Brigada Etzion. 

‘Resposta natural’

O Hamas, grupo de destaque da Resistência Nacional, saudou o ataque como uma “resposta natural” aos crimes da ocupação. 

Para o líder sênior da organização, Mahmoud al-Mardawi, Netanyahu “carrega responsabilidade por toda a escalada em andamento na região” e “as políticas criminosas de Netanyahu vão ser enfrentadas com uma Resistência cada vez mais feroz”, conforme disse ao jornal Al-Mayadeen.

O grupo também exaltou a dupla operação de sábado. “A resposta chegou até vocês [sionistas] a partir do sul da orgulhosa Cisjordânia”, disseram eles, antes de concluir que “mais está por vir”. 

O Exército israelense está, há dias, ampliando a agressão contra a Cisjordânia. Nessa semana, o regime de Netanyahu fez a maior mobilização de tropas para a região desde 2002, de acordo com o portal Palestine Chronicle

A agressão ocorreu sobretudo no Norte da Cisjordânia, com tanques, drones e escavadeiras nas cidades de Jenin, Tulkarem e Tubas. 

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Assassinatos, prisões e destruição

Ao todo, 24 palestinos já foram assassinados por israelenses nos últimos cinco dias. 

No dia da operação, tropas sionistas estavam realizando incursões na vila de Idhna, próximo ao posto de controle. A agência de notícias palestina Wafa reportou que seis pessoas foram presas em Hebron e incursões ocorreram perto das cidades de Yatta e Halhul. 

Além das mortes e prisões, a cidade de Jenin está sem água, comida, eletricidade e internet; cerca de 70% da infraestrutura rodoviária da região foi destruída por Israel com o uso de escavadeiras. 

Frente mais frágil 

Não é à toa que Israel concentra seus ataques na Cisjordânia. Os palestinos daquela região operam de forma mais dispersa e elementar que a Resistência na Faixa de Gaza, onde há uma consolidação maior de grupos como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Hamas e Jihad Islâmica Palestina (JIP). 

Isso se dá principalmente porque o povo palestino na Cisjordânia sofre um cerco triplo: são atacados pelo Exército israelenses, pelos colonos sionistas e pela própria Autoridade Palestina, grupo traidor palestino que governa parte da Cisjordânia e colabora abertamente com Israel.

Israel, sofrendo perdas pesadas na Faixa de Gaza e com os soldados cercados no Norte pelos ataques do Hezbollah, concentra grande parte de seu aparato na Cisjordânia para tentar impedir que aquela frente de combate se desenvolva. 

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Autoridade Palestina questionada 

O cenário abre espaço para o crescimento da Resistência na Cisjordânia, processo que contará com o combate às forças sionistas e aos traidores da Autoridade Palestina de forma concomitante. 

A Autoridade Palestina é questionada há décadas na Palestina. Desde o dia 7 de outubro, quando Israel aprofundou as operações na Cisjordânia sob silêncio do governo traidor, os questionamentos cresceram. 

Um processo como um grande levante – uma intifada – na Cisjordânia, portanto, pode varrer todos os inimigos que ali atuam. Isso complicaria a atuação de Israel em outros locais. 

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“Se isso acontecer [a Intifada na Cisjordânia], os militares israelenses não poderão continuar sua guerra em Gaza com o mesmo grau de intensidade, pois seriam forçados a enviar dezenas de milhares de soldados para reprimir a Intifada da Cisjordânia”, pontuam os jornalistas Ramzy Baroud e Romona Rubeo, em artigo recente.

A possibilidade está mais próxima do que se pensa. Em posicionamento recente, o porta-voz das Brigadas al-Qassam, Abu Obeida, afirmou que “a mobilização na Cisjordânia, al-Quds e todos os 48 territórios [ocupados] está vindo de forma inevitável”.

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