Vinte e um tripulantes estrangeiros de um navio cargueiro que bateu e derrubou a ponte de Baltimore, em Maryland, no Estados Unidos (USA) estão mantidos cativos há quase dois meses pelo governo norte-americano e pelo FBI.
A tripulação é formada de 20 indianos e um cingalês. O FBI submeteu os trabalhadores a uma investigação para averiguar os motivos do acidente e confiscou o celular de todos eles, deixando-os sem contato por semanas. Recentemente, eles receberam novos aparelhos, mas sem os dados dos antigos, o que prejudica ou até impossibilita o contato com a família e amigos.
Todos os trabalhadores tinham documentação para estar no país, mas a validade do visto expirou justamente no tempo em que foram mantidos presos. Agora, o governo alega que não podem sair pela falta de documentos válidos.
O presidente da Organização Internacional de Mestres, Companheiros e Pilotos, Don Marcus, afirmou recentemente que “a detenção prolongada a bordo e a falha das autoridades em devolver seus dispositivos de comunicação pessoal são injustas”.
A investigação também é usada como base para manter a tripulação no navio, apesar da possibilidade de levá-los para um local mais seguro do que a embarcação. Os trabalhadores não foram retirados nem mesmo durante a demolição de alguns dos destroços da ponte no dia 13 de maio.
O acidente ocorreu no dia 26 de março e ao menos seis pessoas morreram. Tudo isso torna a situação ainda mais difícil e agrava o quadro de violação dos direitos dos operários, que estão forçados a conviver há quase dois meses no ambiente em que seus companheiros de equipe morreram.
Sobre isso, Don Marcus afirmou que “nossos corações vão para o Mestre, Oficiais e Tripulação do M/ V Dali, que não só sofreu uma experiência trágica, resultando na perda de seis vidas, mas que continuam em isolamento de seus entes queridos”.