Organizações democráticas e revolucionárias em todo o mundo se solidarizam com a LCP

Organizações democráticas e revolucionárias em todo o mundo se solidarizam com a LCP

Entre o final de outubro e início de dezembro, ativistas revolucionários na França, Noruega e Canadá realizaram ações em apoio à Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Também foram publicadas notas de solidariedade assinadas por organizações revolucionárias e jornais democráticos, entre eles o Partido (marxista-leninista) dos Trabalhadores da Espanha e o jornal do Partido Comunista da Finlândia.

As demonstrações de solidariedade internacional ocorreram no contexto da Operação “Nova Mutum”, conduzida por mais de 3 mil militares e que tinha o objetivo de despejar cerca de 800 famílias que vivem e produzem há vários anos nas Áreas Tiago Campin dos Santos, Ademar Ferreira e 2 Amigos, no distrito de Nova Mutum Paraná, Rondônia (RO). As forças de repressão contra os camponeses eram conformadas pela Força Nacional do fascista Bolsonaro e pela Polícia Militar do governador coronel Marcos Rocha, marionete de latifundiários, comandadas pelo secretário de segurança Hélio Pachá, o carniceiro de Santa Elina.

Apesar do terrorismo policial, a tentativa de expulsão das mais de 800 famílias foram derrotados pela resistência camponesa combativa, dirigida pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP). No dia 27/11, as famílias retornaram aos seus lotes.

Comitê de Luta da Noruega realiza ações de solidariedade

No início de dezembro, na Noruega, ativistas do Comitê de Luta penduraram faixas em apoio à LCP na cidade de Bergen.

Ações na Noruega. Foto: https: tjen-folket.no

Na cidade de Kristiansand, os ativistas da organização realizaram uma ação internacionalista em apoio à LCP e colaram cartazes sobre o assunto.

Ações na Noruega. Foto: https: tjen-folket.no

Ativistas franceses levantam solidariedade internacional com a LCP

Em 23 de outubro em Lannemezan, na França, durante uma manifestação pela libertação de Georges Ibrahim Abdallah (comunista e militante pela libertação do povo palestino), ativistas que apoiam a Revolução Agrária brasileira levantaram bandeiras da LCP e usaram bonés da organização camponesa.

Uma faixa escrita Viva a Intifada [rebelião popular de massas palestina]! Viva os camponeses pobres do Brasil! Viva a LCP! foi pendurada em uma ponte no percurso do evento. Além disso, uma bandeira do LCP foi hasteada bem alto durante a manifestação e uma foto de solidariedade aos camponeses brasileiros foi tirada do lado de fora da prisão de Georges Abdallah. Por fim, palavras de ordem como: Rondônia, Palestina! Viva a Intifada! foram entoadas.

Manifestação na França. Fotos: Comite Nouveau Brésil

Pichações ‘Viva a LCP’ são vistas no Canadá

A Frente dos Trabalhadores Comunistas (Comitê de Organização) realizou pichações e colagens de adesivos em apoio à LCP no Canadá. As pichações e os adesivos continham a frase Viva a LCP!

Pichação no Canadá. Foto: Frente dos Trabalhadores Comunistas (Comitê de Organização)

Partido (marxista-leninista) dos Trabalhadores lança nota em apoio à LCP

O Partido (marxista-leninista) dos Trabalhadores da Espanha lançou uma nota em apoio à LCP, no final do mês de outubro. A nota afirma que a Operação “Nova Mutum” “faz parte de um dos muitos ataques dentro da campanha de assédio armado que o governo reacionário de Bolsonaro vem realizando contra os militantes do LCP e de um cerco militar contra seus acampamentos e áreas libertadas”.

E também explica que o velho Estado brasileiro “orquestra seu ataque contra os acampamentos de Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira no distrito de Porto Velho (estado de Rondônia) para defender os interesses da família Leite e do fazendeiro Antônio Martins dos Santos”.

Os revolucionários explicam que acampamentos e Áreas conquistadas pelo LCP oferecem uma nova vida às massas: “Em Porto Velho, o que antes era um imenso lote ilegal de propriedade dos latifundiários, para uso privado para continuar aumentando seus lucros, hoje […] se cultiva feijão, milho, banana, abóbora etc. e centenas de casas são construídas para as mais de 800 famílias”.

Além disso, dizem que a Assembléia Popular e “seu processo de definição em amplas discussões de massas” conformam o cotidiano nos acampamentos.

O Partido (marxista-leninista) dos Trabalhadores também rechaça o assassinato dos camponeses Amarildo, Amaral e Kevin, em 23 de setembro, três policiais à paisana assassinaram dois camponeses e feriram um terceiro em Porto Velhoe afirma que “denunciamos com firmeza a política genocida e reacionária de Bolsonaro contra a luta dos camponeses pobres”. Os revolucionários finalizam o texto com Terra para quem nela trabalha! e Morte ao latifúndio.

Imagem: Reprodução

Jornal democrático finlandês publica nota sobre luta da LCP

O jornal O Comunicador (Tiedonantaja em finlandês), do Partido Comunista da Finlândia, publicou uma nota no final de outubro em que explica os recentes ataques contra os camponeses pobres no Brasil e a LCP e aborda sobre a história e atuação da organização camponesa. A matéria foi feita com base no relato de um ativista, “Matti”, que participa da campanha de solidariedade finlandesa pela LCP.

No texto, o jornal democrático afirma que o Brasil é um país semifeudal, oprimido principalmente pelo imperialismo ianque e onde nunca ocorreu uma revolução democrática.

O ativista relata que atualmente a LCP é muito forte em Rondônia. Com as lutas recentes, “o movimento está se espalhando também em outras partes do Brasil”. O jornal destaca que os camponeses se organizam para tomar as terras do latifúndio e constroem escolas populares e outras infraestruturas, e frisam a importância das Assembléias Populares.

Além disso, os “ataques criminosos de policiais militares e do latifúndio” contra os camponeses e membros da LCP foram denunciados pelo jornal, como os assassinatos de Cleomar Rodrigues, em 2014, e, recentemente, dos camponeses Amarildo, Amaral e Kevin. A nota aponta que o velho Estado brasileiro está “claramente atacando as lideranças da LCP” e que, por conta do apoio internacional que a luta dos camponeses recebeu, um outro massacre (como o de Corumbiara) não foi cometido.

Segundo o ativista, “a luta dos camponeses revolucionários brasileiros na Finlândia tornou-se visível precisamente com a campanha de solidariedade à LCP. […] A campanha em andamento fez com que as pessoas falassem sobre o assunto. A campanha finlandesa também foi ouvida entre os camponeses do Brasil e tem sido bem recebida por lá”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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