Quem vê os noticiários do monopólio de imprensa encontra inúmeras reportagens que tecem argumentos positivos em relação aos governadores, principalmente Dória (PSDB) em São Paulo e Witzel (PSC) no Rio de Janeiro diante da pandemia do Covid-19. Outro figurão que recebe diversos elogios, inclusive dos representantes do legislativo e do judiciário, é o ministro da saúde Mandetta (DEM).
Mas nós os revolucionários jamais esqueceremos e nem perdoaremos a verdadeira face desses sujeitos que agora tentam passar a imagem de moderados e preocupados com a vida do povo. É fundamental neste momento separarmos o joio do trigo e relembrar quem são verdadeiramente esses elementos, a quem eles servem e onde se colocam no campo político.
Os governadores Doria e Witzel, agora adversários de Bolsonaro, até ontem eram fieis defensores do fascista instalado no Planalto. Fizeram de suas campanhas eleitorais em 2018 em seus respectivos estados, centro de propagando pró-Bolsonaro e pró-fascismo travestido de anti-corrupção. Witzel carrega os assombrosos números de homicídios provocados por sua polícia assassina principalmente em operações nas favelas e regiões pobres na capital fluminense. Antes da pandemia fazia questão de expor seu ódio aos pobres posando para fotos com agentes do bope e outras forças policiais, diversas vezes denunciadas por atrocidades cometidas contra o povo. Lembremos do caso do sobrevoo de helicóptero por comunidades da cidade onde Witzel defendeu que os policiais atirassem em pessoas suspeitas.
Na capital paulista, Doria não deixa por menos seu papel de reacionário. Já entregou a Assembleia Legislativa de São Paulo a proposta de reforma previdenciária estadual que vai piorar ainda mais a situação do funcionalismo público. É empresário e representa o setor de grandes corporações no estado assim como boa parte dos políticos do direitista PSDB. Reprime como ninguém manifestações populares como os protestos contra o aumento das tarifas de transporte público, inclusive atacando manifestantes ainda na concentração como ocorreu ano passado.
Mandetta que já foi médico do Exército vem de uma família de políticos do Mato Grosso do Sul e é fervoroso defensor dos latifundiários do seu estado, conhecidos por invadir e atacar terras indígenas. Como deputado votou a favor das reacionárias reforma trabalhista e da PEC de teto dos gastos públicos. É caracterizado por fazer parte da “bancada da saúde” que na verdade é um grupo de parlamentares ligados às empresas de planos de saúde que visam ao final privatizar o SUS entregando-o nas mãos das Oss. O elogiado ministro não cansou de se opor ao programa Mais Médicos e só mudou de posição quando ministro após as fortes críticas a decisão do governo de encerrar o programa.
Sejamos realistas, nenhum desses senhores está preocupado com a saúde e o bem estar da população. Seus históricos já o demonstram perfeitamente. Se hoje tentam com algumas medidas combater o Covid-19 o fazem devido a forte pressão feita pelo setor da saúde, ou seja os profissionais sérios e dedicados como médicos, enfermeiros, técnicos e pesquisadores da área. Além do mais, o ministro já percebeu o barco bolsonarista afundando e resolveu pular para o lado da direita militar que o recebeu de braços abertos. Citamos apenas esses três nomes mas poderíamos citar outros dezenas de políticos municipais e estaduais que devido a pandemia tentam se passar por sensíveis a vida do povo mas logo após o fim da quarentena voltarão a atacar duramente os direitos do povo com as reformas, principalmente as reformas previdenciárias estaduais e outras, usando inclusive como justificativa a já anunciada crise econômica que se avizinha.
Não nos deixemos enganar por uma fração de aparente credibilidade que esses senhores emitem.
Foto: Banco de Dados AND