Manifestantes iranianos queimam bandeiras do imperialismo ianque e de Israel, 08/06/2018. Foto: Ebrahim Noroozi/AP
No dia 12 de novembro, Donald Trump se reuniu com seus conselheiros seniores e questionou-lhes sobre as opções de um ataque contra a principal instalação nuclear do Irã, em Natanz, nas semanas seguintes. Eles o teriam dissuadido, porém, segundo o monopólio de imprensa The New York Times (NYT), “Trump ainda pode estar procurando maneiras de atacar ativos e aliados iranianos, incluindo milícias no Iraque”, buscando opções militares tradicionais e cibernética, uma combinação das duas ou – o que tem se especulado mais provável – ações diretas por intermédio de Israel.
O cabeça do imperialismo ianque (Estados Unidos, USA) teria convocado os altos funcionários do seu governo um dia depois que o órgão de fiscalização nuclear da “Organização das Nações Unidas” (ONU) informou que o Irã havia armazenado mais de 12 vezes mais urânio enriquecido do que o permitido pelo acordo nuclear de 2015 (rompido por Trump em 2018), relatou o NYT, citando quatro atuais e ex-funcionários do governo.
Uma semana antes dessa reunião com seus conselheiros – incluindo o vice-presidente Mike Pence, o secretário de Estado Mike Pompeo; Christopher C. Miller, secretário de defesa interno e o general Mark Milley, presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior -, Trump havia promovido um expurgo no Pentágono (Departamento de Defesa do USA), demitindo o antigo secretário de Defesa, Mark T. Esper, e trocando vários assessores.
O monopólio de imprensa israelense Times of Israel publicou em reportagem que Israel e o USA estão planejando pressionar o Irã por meio de “operações secretas” e sanções econômicas, previstas para ocorrerem nas últimas semanas do mandato de Trump. A avaliação deles é que o país persa não responderá militarmente antes do final do seu mandato.
Já o Canal 13 da televisão israelense divulgou que as Forças de Defesa de Israel e a agência de espionagem israelense (Mossad) estão se preparando para a mudança na política externa esperada para o mandato de Joe Biden. Prevê-se que Biden, à semelhança da administração de Barack Obama (2009 – 2017), retome o intervencionismo ianque direto (“botas no terreno”) no Oriente Médio e as relações com o Irã, diferente da política de sanções econômicas mortais adotada na gerência Trump; ambas fatais, de formas diferentes.
No início de novembro, o ex-assessor de Biden, Amos Hochstein, disse ao Canal 12 de Israel que voltar ao acordo nuclear com o Irã estava “no topo de sua agenda”.
O HISTÓRICO CONLUIO DO USA E ISRAEL CONTRA O IRÃ
Anteriormente, o imperialismo ianque e seu lacaio regional no Oriente Médio (Israel) já atuaram conjuntamente em ações de sabotagem contra o programa nuclear do Irã. Um desses casos foi, supostamente, a infiltração do vírus de computador Stuxnet para sabotar partes do processo de enriquecimento nuclear do Irã, há uma década. Mais recentemente, Israel foi acusado de ter provocado o incêndio na usina de Natanz, a serviço do USA.
Em 2018, segundo o primeiro-ministro israelense, o genocida Benjamin Netanyahu, o Mossad revelou um vasto arquivo de documentação sobre o programa nuclear iraniano, produto de décadas de espionagem. Israel também foi relacionado a múltiplos assassinatos de cientistas nucleares iranianos.