O Acampamento Jane Júlia está sob ameaça de despejo após a Vara Agrária de Redenção emitir um mandado de reintegração de posse. Os camponeses ocupam parte da fazenda Santa Lúcia em Pau D’Arco desde 13 de junho deste ano.
Até o fechamento desta matéria (10/11), os camponeses não haviam sido notificados oficialmente da decisão. Após serem notificados, os camponeses têm 48 horas para sair do local, caso descumpram a ordem judicial pagam uma multa diária de R$ 2 mil.
– O que fica evidente neste caso todo é que a Justiça para atender os interesses do latifúndio é extremamente rápida. Já para os familiares das vítimas, o Estado sequer prestou um apoio jurídico, deixando-os à própria sorte em relação à pensão para as viúvas, filhos e demais dependentes. Tem criança de 5 meses que perdeu o pai, e a mãe não tem emprego. Tem uma senhora que perdeu seus 2 filhos, que agora não tem mais ninguém para lavar suas roupas, levar ao médico, sendo que ela está bem doente. Era totalmente dependente de seus filhos – denuncia um representante da Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) ao AND.
Segundo o mesmo advogado do povo da Abrapo, ocorreu uma reunião entre representantes do Acampamento Jane Júlia com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Brasília no dia 24 de outubro, onde o Ouvidor Agrário Nacional, Jorge Tadeu Jatobá Correia, comunicou que o processo de obtenção da fazenda Santa Lúcia voltou para Marabá, sem perspectiva de negociação entre o Incra e o pretenso proprietário das terras.