O Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical (CEPASP) completou 40 anos de existência no fim de outubro de 2024. Uma grande celebração ocorreu entre os dias 04 e 09 de novembro em escolas, universidade, bairros. Com o tema “lutas, resistências e vitórias”, a entidade resgatou toda a sua trajetória no intuito de impulsionar a organização popular nesses próximos períodos.
O CEPASP surge no ano de 1984, ainda no regime militar fascista de 64, como um instrumento para enfrentar a imposição dos grandes projetos implantados na região amazônica. Com uma icônica sede na Rua Sororó, Núcleo da Cidade Nova em Marabá, a sua atuação não se limita sequer à fronteira conhecida como sudeste do Pará. Emblemáticas lutas como a resistência à construção da Estrada de Ferro Carajás, cujo impacto às populações vai de Canaã dos Carajás à São Luís do Maranhão, e da Hidrelétrica de Tucuruí são marcos importantes.
Atualmente o CEPASP se constitui como uma comuna baseada no princípio da economia solidária e da independência. Ocorre atividades de formação, feira camponesa do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) e Porto Seguro aos sábados. E defende princípios de vida por meio de uma nova prática social funcionando por meio dos círculos de economia popular e solidária, de estudo e leitura e de arte e cultura.
O trabalho de base junto as massas é um referencial. A organização da população pobre por moradia, a organização do campesinato na luta contra o latifúndio e os agentes do imperialismo fez com que essa história pudesse ser recontada a centenas de pessoas, tamanho prestígio que a instituição possui.
As primeiras atividades ocorreram nas escolas públicas com objetivo de formação dessa nova juventude. As Escolas Estaduais Acy de Barros, Anísio Teixeira e Liberdade foram as escolhidas já que o CEPASP teve uma relação de lutas nesse território. A Escola Estadual Liberdade, inclusive, foi fundada com intervenção direta na luta por moradia no bairro de mesmo nome. Angelina Martins, fundadora do CEPASP, narrou esse episódio para as/os adolescentes:
“Essa escola foi construída pelos moradores, que queriam as casas, queriam ficar na área, que construíram novamente seus barracos, e as crianças sem ter condição de ir para a escola lá na Cidade Nova. E aí junto com as famílias, pedimos madeira nas serrarias, pregos, enfim. Conseguimos fazer uma escola, que hoje é o galpão, foi ali onde funcionou essa escola de verdade. Ela foi criada assim, dessa forma, ali na avenida Antônio Vilhena onde, hoje, uma família tomou de conta dali. A gente iniciou a Escola Liberdade lá. Nesse galpão tinha quatro salas de aulas, uma salinha que era a diretoria e a secretaria, uma área que fazia merenda para os alunos e área para os meninos se mexerem, depois que saíam da sala de aula na hora do recreio. E aí começamos a dar aulas ali, e a comunidade deu o nome de Escola Liberdade. Como era um galpão de madeira, que não tinha condições de funcionar como escola, nós[CEPASP] juntamente as famílias, pedimos para o governador uma escola oficial de alvenaria, que nem essa aqui, uma escola de verdade, para os jovens e as crianças estudarem. E, a gente trabalhar. E aí o governador construiu essa escola aqui, nesse lugar.
As famílias que escolheram o lugar. Inicialmente era uma escola de seis salas. Fui diretora eleita pela comunidade. E aí o número de alunos foi aumentando, a escola era uma escola referência em Marabá, muito conceituada. A gente ia para os desfiles de 07 de setembro, levando os alunos, levando a escola para mostrar a realidade da escola, no sentido de conseguir melhorias para o funcionamento da escola. E nós conseguimos essa grande vitória que foi a ampliação da escola. Então temos essa escola nossa, como uma escola da comunidade do bairro Liberdade. E eram as famílias que tomavam as decisões na escola, todas as decisões. Quem vai ser o diretor da escola? Vamos eleger a direção da escola. É esse o caminho democrático e o mais correto que as comunidades têm que tomar. E aí no tempo que a gente trabalhava, nós tínhamos a participação muito ativa dos estudantes na escola, nós conseguimos organizar o Grêmio Estudantil.”
Uma sessão do documentário Minerando conflitos (2014) foi mediada por um dos diretores do filme, Thiago Martins (integrante do CEPASP) e pelo veterano Raimundinho, membro fundador e ainda liderança da entidade popular. Eles abordaram sobre a espoliação mineral pelos países imperialistas no Brasil e, em particular, na Amazônia. As lutas travadas em defesa do meio ambiente desde a década de 1980, a organização dos grêmios estudantis que na época eles denominavam de grupos ecológicos.
O jornal A Nova Democracia esteve presente divulgando a imprensa independente e classista e a consciência que o CEPASP teve, desde o princípio, na conformação do comitê de apoio local. Ao final, foi realizado sorteios de livros e do jornal A Nova Democracia. Um fato curioso foi que a primeira estudante sorteada, que tinha a oportunidade de escolher entre todos os prêmios interessou-se pelo jornal A Nova Democracia. Houve, inclusive, grande disputa pelos adolescentes para lerem a imprensa.
Esse momento serviu para conscientizar, motivar e mobilizar a juventude para conhecer a história e a realidade como forma de engajar-se na necessária luta pela transformação da vida do povo.
Uma sessão do documentário Minerando conflitos (2014) foi mediada por um dos diretores do filme, Thiago Martins (integrante do CEPASP) e pelo veterano Raimundinho, membro fundador e ainda liderança da entidade popular. Eles abordaram sobre a espoliação mineral pelos países imperialistas no Brasil e, em particular, na Amazônia. As lutas travadas em defesa do meio ambiente desde a década de 1980, a organização dos grêmios estudantis que na época eles denominavam de grupos ecológicos.
O jornal A Nova Democracia esteve presente divulgando a imprensa independente e classista e a consciência que o CEPASP teve, desde o princípio, na conformação do comitê de apoio local. Ao final, foi realizado sorteios de livros e do jornal A Nova Democracia. Um fato curioso foi que a primeira estudante sorteada, que tinha a oportunidade de escolher entre todos os prêmios interessou-se pelo jornal A Nova Democracia. Houve, inclusive, grande disputa pelos adolescentes para lerem a imprensa.
Esse momento serviu para conscientizar, motivar e mobilizar a juventude para conhecer a história e a realidade como forma de engajar-se na necessária luta pela transformação da vida do povo.
Confira fotos históricas do CEPASP: