Reproduzimos a seguir nota da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) sobre a agitação de denúncia realizada pelos estudantes na 70º reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) contra as prisões e perseguições políticas de ativistas.
ExNEPe intervém na SBPC contra as perseguições políticas: Não é só pelos 23!
Companheiros da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia realizaram intervenções políticas na Universidade Federal de Alagoas nos dias 24 e 25 de julho, durante a realização da 70º reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
A ExNEPe se integrou à campanha nacional em repúdio à arbitrária e fascista decisão do juiz Flávio Itabaiana que condenou os 23 ativistas políticos do Rio de Janeiro que estão sendo perseguidos como símbolo do ódio do velho Estado contra a juventude combatente que desde das grandes manifestações de junho e julho de 2013 tem levantado em todo o país contra os diferentes governos, a corrupção e toda a exploração e miséria sofrida pelo povo.
Em sua intervenção na Mesa Redonda: Universidade Pública: Autonomia, Financiamento e Pensamento Crítico, a ExNEPe convocou todos os presentes a participarem desta campanha, destacando que a liberdade de se expressar politicamente e de organizar em função do seu posicionamento é fundamental para a defesa consequente das universidades públicas e do seu caráter gratuito, hoje flagrantemente ameaçado pelos governos à serviço do imperialismo.
Essa perseguição fascista contra os ativistas no rio é parte do golpe militar contra-revolucionário em curso em todo o país, orquestrado pela grande burguesia e o latifúndio, serviçais do imperialismo, para tentarem conter a crescente revolta popular que em breve desbordará em grandes ondas. Neste cenário, todos aqueles que lutam tem sido perseguidos, seja na cidade ou no campo. E até mesmo nas próprias universidades.
Na sua intervenção, a ExNEPe também prosseguiu a denúncia que vem realizando nacionalmente contra a atitude fascista de expulsar a estudante Tarsila de sala de aula como parte da perseguição política realizada contra a ExNEPe na UFAL. Esta ação persecutória, culminada do dia 25 de abril, representou um ataque flagrante ao direito dos estudantes ouvintes e à liberdade de cátedra dos professores que haviam acolhido Tarsila como aluna. Na ocasião, a reitoria da UFAL havia se justificado perante a justiça federal como sendo a expulsão política o “mais natural…para que a paz volte a reinar”.
Após a intervenção da ExNEPe, a reitora Maria Valéria Correia, que estava coordenando a Mesa Redonda, voltou a se justificar de maneira vergonhosa, contando com o apoio de setores imobilistas do movimento estudantil e de “orgulhosos” representantes da Une pelega e oportunista. De maneira acintosa, a reitoria desviou o curso do debate, defendo a reitora de estar sendo acusada de fascista, tergiversando sobre o assunto para não entrar no debate sobre a expulsão. A própria reitora disse ainda ter sido “absolvida pelo Ministério Público” e mentiu sobre o próprio estatuto da UFAL dizendo que ele não permite a condição de aluno ouvinte.
Como parte da sua “defesa”, a reitora elegeu como “símbolo de resistência” o reitor da UERJ, Rui Garcia Marques, cuja presença na mesa de debate foi repudiada pelas suas declarações recentes à revista Veja defendendo a privatização da UERJ mediante a cobrança de mensalidade.
Nós não aceitamos esta resposta fajuta e mentirosa! Exigimos que a reitoria se retrate e reconheça seu erro em apoiar a campanha fascista e persecutória da antiga gestão do Caped contra a companheira Tarsila e a ExNEPe independente, classista e combativa. Todas as mentiras e manobras da reitoria para justificar essa perseguição política já foram denunciadas no Comunicado da Executiva Nacional disponível em https://exnepe.org/2018/07/03/comunicado-o-38o-enepe-acontecera-na-universidade-estadual-de-alagoas-em-uniao-dos-palmares-terra-de-zumbi-e-dandara/
Ainda como parte da campanha, centenas de panfletos também foram distribuídos por integrantes de movimentos populares durante as atividades da SBPC. Professores cariocas do Fórum Nacional em defesa da Ciência e Tecnologia que participam da reunião da SBPC saudaram os ativistas e demonstraram seu apoio à campanha em defesa dos 23 ativistas condenados.
Estas atividades correspondem ao cumprimento do Plano de Lutas Nacional da ExNEPe, definido no seu 38º Encontro Nacional, no qual consta a luta em defesa dos direitos de livre expressão, organização e manifestação e contra as prisões e perseguições políticas.
Lutar não é crime!
Abaixo as prisões e perseguições políticas!