Dezenas de indígenas dos povos Arara e Xipaia fecharam um trecho da rodovia Transamazônica (BR-230), em Uruará, no sudoeste do Pará, entre os dias 2 e 5 de julho. Um caminhão foi incendiado. O protesto foi motivado pelo não cumprimento de condicionantes que foram estabelecidas para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, entre elas, o atendimento médico nas aldeias, a construção de moradias e a implementação da rede de saneamento básico.
Os manifestantes interditaram a rodovia federal com o uso de máquinas e veículos de empresas a serviço do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Os arara e xipaia permitiram apenas a passagem de ambulâncias.
No dia 4 de julho, um caminhão de uma empresa terceirizada que prestava serviços para o DNIT foi incendiado pelos indígenas em sua justa revolta contra a violação dos seus direitos pelo Consórcio Norte Energia, responsável pela construção em andamento da usina. Este consórcio é composto por empresas como o Grupo Queiroz Galvão, envolvido na Operação “Lava Jato”.
Na tarde de 5 de julho, em Altamira, um grupo de indígenas se reuniu com representantes da Norte Energia e de órgãos do velho Estado para exigir o cumprimento das condicionantes definidas para a construção de Belo Monte. Nesta reunião foi estabelecido que o Consórcio terá um prazo (não divulgado) para cumprir estas condicionantes, senão os indígenas voltarão a bloquear a BR-230.