PA: Latifúndio envenena Terra Indígena Sororó no Pará 

O modus operandi “para acelerar a produção de monoculturas, como a soja, limpar os pastos formados de capim é jogar os produtos pelo ar. E é assim que o vento leva o veneno para todos que convivem aos seus arredores, sem respeitar os limites territoriais entre as fazendas da região e a Terra Indígena.”  
Foto: Monica Cruvinel

PA: Latifúndio envenena Terra Indígena Sororó no Pará 

O modus operandi “para acelerar a produção de monoculturas, como a soja, limpar os pastos formados de capim é jogar os produtos pelo ar. E é assim que o vento leva o veneno para todos que convivem aos seus arredores, sem respeitar os limites territoriais entre as fazendas da região e a Terra Indígena.”  

Latifundiários da região situada no município de São Domingos do Araguaia, no sudeste do Pará, atacaram a Terra Indígena Sororó localizada na mesma área. Os indígenas da aldeia Akamassyron, uma das oito aldeias da TI, denunciaram ao comitê de apoio ao AND que a floresta e suas plantações (castanhais, cupuaçuzais, açaizais) foram alvo de envenenamento pelos fazendeiros. 
 
Os denunciantes preferiram preservar a identidade em razão de possíveis represálias desses grandes fazendeiros e outros segmentos conluiados com a presença histórica da pistolagem na região. Em carta, explicam que “a prática é recorrente há anos, agravada atualmente, com a destruição das roças comunitárias. A situação se intensificou em 2025, pois desde janeiro até o momento, os latifundiários têm frequentemente jogado venenos por via aérea.  

O modus operandi, segundo eles, “para acelerar a produção de monoculturas, como a soja, limpar os pastos formados de capim é jogar os produtos pelo ar. E é assim que o vento leva o veneno para todos que convivem aos seus arredores, sem respeitar os limites territoriais entre as fazendas da região e a Terra Indígena.”  

Em meio a Confederação das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, conhecida como COP-30, que o governo do estado do Pará tenta vender uma imagem de economia sustentável e suas relações com os povos nativos da Amazônia, o que tem se evidenciado é o avanço dos grandes projetos imperialistas de venda e entrega da nação, em particular a mineração, a venda de crédito de carbono, o fortalecimento do agronegócio e da pecuária na região.  

Diante desse cenário, eles levantam as seguintes problemáticas: “como podemos chamar de economia sustentável com esses envenenamentos? O território indígena Aikewara-Suruí é ilhado por fazendas. E, como consequência do uso dessa pulverização aérea, ocorre um estrago na nossa flora, prejudicando nossos meios de subsistência e fazendo com que nossas crianças sintam alergias em todo o corpo, pois nossa água também está contaminada”. 

Eles concluem que “os povos indígenas, sábios de seu território, não precisam de intérpretes ou porta-vozes na Confederação das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas/COP-30. A nossa voz diz: a floresta e os Povos Originários não estão à venda!” 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: