Crianças ficam expostas a veneno jogado por latifundiários. Foto: Reprodução
No dia 10 de janeiro, latifundiários pulverizaram veneno sobre parte da área onde vive o povo Avá-Guarani da Tekoha Yva Renda, em Itaipulândia, na região oeste do Paraná. Os indígenas estavam presentes no momento do ataque.
Esta não foi a primeira denúncia contra envenenamentos ocorridos no local, no final de 2020 galinhas foram mortas devido outro ataque contra os Avá-Guarani.
A região onde foi despejado o veneno, há muito tem sido palco de lutas dos povos indígenas que hoje exigem a demarcação de seus territórios que em sua maioria são hoje ocupados arbitrariamente pela Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional.
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Em 1971, iniciou-se a construção da Usina Hidrelétrica, obra idealizada em meio ao regime militar fascista. Diversos territórios dos Guaranis foram inundados pela barragem da Usina de Itaipu, entre 1977 e 1981, esse processo além de diversas mortes, resultou na expulsão de milhares de indígenas de suas terras.
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Avá-Guarani da Tekoha Yva Renda são atacados com veneno por latifundiários em Itaipulândia. Foto: Banco de dados AND
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Entre os municípios de Santa Helena e Itaipulândia há sete aldeias Avá-Guarani. As áreas de Tekoha Yva Renda e Tekoha Pyau, localizadas nestes municípios, aguardam estudos de identificação e delimitação que são de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Porém, há em andamento um processo judicial movido pela Itaipu que reivindica a posse da área ocupada em fevereiro de 2018 pelos Avá-Guarani, onde se encontra a Tekoha Yva Renda.
Em maio de 2020, após sucessivas lutas dos indígenas pelo direito à terra, o Supremo Tribunal Federal (STF), sustou a decisão da Justiça Federal no Paraná que determinava o despejo em favor da Itaipu Binacional. Contudo, em outubro o juiz Rony Ferreira, da 2ª Vara Federal de Foz do Iguaçu, ignorando decisão do STF, manteve a ordem de despejo.
Três ações de despejo contra os indígenas são movidas pela Itaipu em Santa Helena e uma outra é movida pelo Governo Estadual do Paraná. Em Itaipulândia, uma ação de despejo é movida pela Itaipu e outra pelo Governo Estadual do Paraná.
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