Três lideranças ribeirinhas do Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) Montanha e Mangabal estão sendo ameaçadas de morte por defender o seu território na região oeste do Pará. Ageu Lobo Pereira, Francisco Firmino Silva e Pedro Braga são as lideranças ameaçadas por pistoleiros.
O presidente da Associação da Comunidade Tradicional Montanha e Mangabal, Ageu Pereira, e Francisco Silva, conhecido popularmente como Chico Catitú, tiveram que abandonar as suas residências e se refugiar na casa de apoiadores da luta pela terra.
As famílias das comunidades de Montanha e Mangabal têm realizado ações de expulsão dos invasores de suas terras em aliança com os munduruku, o que tem contrariado os interesses de latifundiários, madeireiras e garimpeiros da região.
Os povos Munduruku e Apiaká, em nota, prestaram solidariedade aos camponeses e afirmaram que a unidade entre indígenas e ribeirinhos permitiu nos últimos anos a ocupação do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a autodemarcação da Terra Indígena Sawre Muybu e a resistência contra os projetos de construção de novas hidrelétricas e do Ferrogrão.
“Já faz muitos anos que estamos enfrentando de frente os invasores que destroem nosso rio e nossa terra com garimpo ilegal ou tirando madeira e palmito. Mas cada vez que protegemos mais os nossos territórios, que lutamos mais por direitos, encontramos mais ameaças. A luta do povo Munduruku e de Montanha e Mangabal é uma luta só.”, frisou a nota.
A região tem sofrido com o avanço da instalação de grandes projetos ao longo do rio Tapajós, como hidrelétricas e portos, da mineração e do agronegócio, que impactam negativamente principalmente o modo de vida de camponeses e indígenas.
Francisco Firmino Silva