Foto: Assessoria de Comunicação do MST.
Recebemos em nossa Redação, através de correio eletrônico enviado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), a denúncia de que, no dia 27 do último mês de novembro, uma reintegração de posse efetuada pelo Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar do Pará despejou mais de 700 famílias camponesas que moravam no Acampamento Helenira Rezende, que ficava situada na BR-155, entre os municípios de Marabá e Eldorado do Carajás.
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que apoiava as famílias, no acampamento eram produzidos ovos, leite e queijo; havias plantações de banana, mandioca e outras hortaliças, além da criação de galinhas, gados e porcos. As centenas de famílias ocupavam uma área de cerca de 10 mil hectares nas fazendas Fortaleza e Cedro. As terras integram um conjunto de latifúndios chamado Complexo Cedro, que a empresa Agro Santa Bárbara Xinguara S/A reivindica ser a proprietária. Onde antes havia o latifúndio, os camponeses transformam, com o seu suor, o lugar num ambiente digno de se viver e trabalhar honradamente, até a decisão da “justiça” do latifúndio.
Mesmo com as intimidações da “justiça”, dos aparatos policiais, do monopólio da imprensa e do latifúndio com seus bandos pistoleiros, a luta pela terra avança no estado como demonstrou o exitoso Encontro Camponês do Sul do Pará, realizado entre os dias 28 e 29/10, em Pau D’Arco, mesmo lugar onde ocorreu a chacina de 10 camponeses em 24/05.
