No dia 02 de fevereiro, o indígena da etnia Tembé-Theneteraha, Benedito Cordeiro de Carvalho, foi assassinado com um tiro na cabeça quando passava pela região de Capitão Poço, nordeste do Pará, local onde há menos de um mês o professor Isac Tembé, da mesma etnia, foi assassinado com tiro no peito por policiais militares (PM’s).
De acordo com denúncias, Benedito, conhecido como Didi Tembé, circulava de moto entre a cidade e a aldeia para visitar seus parentes, foi seguido e alvejado, ao tentar fugir foi assassinado com um tiro na cabeça.
Da esquerda para direita: Indígena Didi Tembé assassinado por paramilitares; Povo Tembé-Theneteraha em luto pelo assassinato de Isac Tembé. Foto: Mídia India/Povo Tembé
A região é marcada por conflitos entre os indígenas e latifundiários em conluio com policiais em atividades paramilitares. Desde 2019, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), mais de 16 jovens foram assassinados na região.
Conforme publicado anteriormente por AND, a respeito das invasões pelo latifúndio à TI, em nota nota pública emitida dia 14/02, o povo Tembé-Theneteraha afirma que o território sofre diariamente invasões e ataques por parte de exploradores ilegais de madeira ou de fazendeiros que insistem em manter a ocupação de partes da Terra Indígena Alto Rio Guama, através de cabeças de gado e de outras atividades econômicas.
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Consta também no texto que “apesar de homologada e regularizada, a terra indígena tem mais da metade de seus 279 mil hectares ocupados ilegalmente por fazendeiros, situação que afeta diretamente o direito de usufruto do povo Tembé sobre seu território tradicional”.