Protesto bloqueia Avenida Arthur Bernardes. Foto: Reprodução Tweeter
Após doze horas de um forte temporal, moradores de diversos bairros de Belém protestaram contra o alagamento e a falta de iluminação que atingiu a população no dia 7 de março.
No conjunto Promorar, localizado no bairro Val-de-Cans, moradores revoltados com a situação e o descaso, fecharam a movimentada Avenida Arthur Bernardes. A mobilização foi grande e todas as ruas do conjunto ficaram cheias, bloqueando a via de acesso ao aeroporto e paralisando o trânsito na região.
No bairro do Benguí também várias casas foram tomadas pelo alagamento, moradores se uniram, foram às ruas e atearam fogo em pneus bloqueando em dois pontos a pista da estrada Yamada.
Também no bairro do Jurunas, na Av. Bernardo Sayao, moradores usaram entulhos e pedaços de madeiras para fechar parte da via.
A chuva, que veio com grande intensidade, deixou diversas partes da cidade alagadas. A queda de uma árvore na Avenida Governador José Malcher bloqueou a via. A Rua do Pariquis e a Avenida Conselheiro Furtado foram outros locais bastante afetados pelo temporal que paralisou o trânsito na região. Até mesmo a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Pará (HEMOPA) teve suas atividades de coleta de sangue paralisadas após a forte chuva.
Moradores denunciaram que a incidência dos alagamentos aumentou depois da realização de obras de estreitamento nas ruas da capital paraense. O engenheiro civil, Emanoel Maciel, em entrevista ao monopólio de imprensa, declarou: “ acredito que houve obstrução parcial da galeria o que dificultou o escoamento da água do canal do conjunto, para cá, para bahia”
Esta tragédia poderia ter sido evitada se a Secretaria Municipal de Saneamento (SESAN) tivesse implementado um sistema de drenagem e uma bacia de detenção de água para localidade.
Moradores erguem grande barricada de pneus em chamas na Estrada Yamada. Foto:Fernando Igor/G1
POVO SOFRE COM DESCASO DE GOVERNO
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra que no dia 09/03 houve um deslizamento lateral na estrutura do viaduto do Coqueiro, localizado na rodovia BR-316, região metropolitana de Belém. Parte do gramado que fica na elevação caiu afetando motoristas que passavam em Ananindeua. Segundo informações, a manutenção do elevado que caiu, é de responsabilidade do governo do Pará sobre gestão de Helder Barbalho (PMDB).
Alunos também ficaram sem aulas devido aos alagamentos. Segundo a Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC), 70% das escolas estaduais da grande Belém tiveram as atividades suspensas por conta da forte chuva. Cerca de 5 mil jovens estudantes foram prejudicados por conta da falta de uma política de prevenção por parte dos sucessivos gerenciamentos de turno que passaram pelo governo da cidade, incluindo o atual Helder Barbalho (PMDB).
Esta não é primeira vez que moradores sofrem com descaso da SESAN. Em fevereiro de 2020, denúncias já relatavam que motoristas que precisavam acessar a Avenida João Paulo II, no bairro do Curió-Utinga, estariam sendo obrigados a avançar através do canteiro da via para fazer o retorno, uma vez que o alagamento impossibilitava a passagem dos carros pela avenida.
Na ocasião, moradores denunciaram que o movimento continuado dos carros para fugir do alagamento havia resultado na destruição dos canteiros e exposição de fiações elétricas aumentando ainda mais o risco de acidentes para pedestres que precisavam atravessar a via para tentar fugir do alagamento.