PA: Pacientes de hospital oncológico fazem ato contra estrutura precária

PA: Pacientes de hospital oncológico fazem ato contra estrutura precária

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Na manhã do dia 13/11, pacientes e familiares realizaram um ato na porta do Hospital Ophir Loyola (HOL), o maior hospital oncológico público do Pará, por melhorias na infraestrutura, contra a falta de medicamentos fornecidos pelo SUS e contra a demora na marcação e na entrega de vários exames. Recentemente, paciente filmaram aparelhos de ar-condicionado sem funcionamento.

A paciente J. Silva (os nomes dos pacientes foram suprimido para guardar-se suas identidades) foi diagnosticada com câncer de mama e iniciou o tratamento no ano de 2013, contudo, após três anos o câncer evoluiu para metástase nos ossos e pulmão. O medicamento que a mesma utiliza é fundamental para sua qualidade de vida e, hoje, ela não o encontra gratuito. Outra paciente, S. Miranda, foi também diagnosticada recentemente com metástase no fígado e no pulmão, mas a falta de medicamento fornecido pelo SUS agravou a doença. Os demais pacientes e familiares, vendo que a situação não se resolvia, decidiram então realizar o ato para denunciar essa grave situação.

“Eu utilizo a medicação Taxol, uma dose mensal para fazer o tratamento. Eu preciso das medicações para controlar a doença no meu organismo. Na verdade, essa mobilização começou por causa da outra paciente. Era pra ela ter feito as medicações dia 5 e até agora nada. Ela precisa dos medicamentos. Infelizmente, a doença não era assim até a medicação faltar. Cada vez vai se agravando o processo da doença com a falta de medicação. O problema não são os profissionais da saúde, e sim a má administração do hospital.”, afirmou um parente da paciente S. Miranda

Os pacientes denunciam que pelo menos duas medicações importantes para realização de sessões de quimioterapia estão em falta há vários meses. “A Taxol está em falta há pelo menos três meses. Já a Zometa há alguns dias. Os pacientes que precisam tomar os medicamentos estão impedidos.”, afirmou um paciente

A paciente F. Sousa está em tratamento contra o câncer de mama há três meses, porém não está realizando as sessões de quimioterapia há duas semanas. Ela denuncia que há pacientes sem conseguir realizar as sessões há mais tempo. “Fico preocupada. Tem casos de pessoas que estão aqui há mais de três meses.”, lamenta.

Enquanto uma outra paciente, M. S. Costa, aguarda o resultado de um exame de biópsia para iniciar o tratamento de radioterapia. “Eles falam que têm poucos profissionais, e esse resultado é muito importante para continuar meu tratamento.”, disse.

Já outros pacientes denunciam que vários equipamentos utilizados no tratamento não estão funcionando e mesmo diante dos casos complexos não possuem previsão para conserto. “Eles não estão fornecendo películas do exame de imagem desde janeiro.”, afirmou um paciente.

Em contato com a administração do HOL, os pacientes são informados que estão ocorrendo problemas com fornecedor, no entanto, essa situação já dura vários meses. “Dizem que é porque não têm matéria-prima para a fabricação. Não dão uma posição, dizem que o processo está no jurídico do hospital para análise. A gente liga, cobra do hospital, cobra o setor responsável pela compra da medicação e alegam sempre o problema com fornecedor.”, expôs o paciente.

Situações como essa tendem a se agravar ainda mais devido ao subfinanciamento do SUS, esquemas de corrupção, Organizações Sociais (OSs) e a EC 95, chamada pelos trabalhadores da saúde de “EC da morte”.

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