Caciques Munduruku juntos a cerca de 200 indígenas protestam na Câmara dos Vereadores de Jacareacanga. Foto: Reprodução/Arquivo Munduruku
Cerca de 200 representantes do povo Munduruku protestaram em frente à Câmara dos Vereadores de Jacareacanga, sudoeste do Pará, contra a liberação dos garimpos e da mineração em sua terras. Os indígenas levavam a mensagem de 140 caciques das aldeias da Terra Indígena Munduruku do Alto Tapajós aos vereadores do município, onde afirmam que os parlamentares não têm o direito em falar em nome do seu povo, e que não aceitarão passivamente essa exploração.
“Estamos aqui manifestando e pedindo socorro, porque os próprios políticos e vereadores estão nos matando, ajudando a poluir nossos rios, dialogando com o governo em nome do nosso povo. Não aceitamos que nenhum vereador fale nem sobre a regularização do garimpo e mineração nas nossas terras e nem sobre o processo de indenização das Itm’ a Wuy jugu (urnas funerárias do povo Munduruku). Nenhum vereador está autorizado em falar em nome do nosso povo Munduruku”, diz um trecho da carta divulgada durante o protesto.
Além da ação em Jacareacanga, no dia 27 de setembro, o movimento Munduruku Ipereg Ayu interrompeu a audiência pública denominada “Mineração: Economia, Meio Ambiente e Sociedade”, que estava sendo realizada na cidade de Itaituba, para protestar contra a legalização da mineração na região. Os indígenas exigiram ainda consulta prévia ao seu povo.
Como a intenção de Bolsonaro e do seu governo de generais é transformar a Amazônia numa grande Serra Pelada, a resistência dos povos indígenas se renova a cada dia.