Na manhã de 11 de setembro, o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) da Universidade Federal do Pará (UFPA) confirmou dois casos de meningite bacteriana em presidiários oriundos da central de triagem metropolitana II; os detentos, agora pacientes, estão internados desde o dia 8.
As visitas foram interrompidas por cerca de quinze dias. Foram iniciados pela vigilância em saúde os protocolos para formação de um cinturão para isolamento da contaminação, impedindo assim o avanço do surto. No entanto, esse caso não é único: no dia 28 de agosto outro presidiário foi encaminhado para a UPA de Ananindeua com os mesmos sintomas, contudo, chegou em estado grave e morreu vitimado por meningite bacteriana.
No interior do Pará a situação é ainda mais grave. Em Santarém, distante cerca de 1,2 mil quilômetros da capital paraense, o Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura (Crashm), chamado de presídio de Cucurunã, está atualmente com 911 presidiários, quando sua capacidade é para 360 detentos. Em sua maioria os presidiários são oriundos dos setores fundos, precários e explorados do proletariado.
Segundo o Ministério Público do Pará, nos anos anteriores a situação era pior, pois as presidiárias femininas também estavam alojadas no mesmo prédio, mas em blocos diferentes. Recentemente as mesmas foram para outro prédio, atualmente o presídio está proibido de receber mais pessoas.
A meningite bacteriana é provocada por diversos agentes etiológicos como bactérias, fungos ou vírus, no caso das meningites bacterianas as principais bactérias estão relacionadas com tuberculose, pneumonia e leptospirose doenças com alta incidência nos presídios de todo o país resultantes diretamente da precarização e superlotação desses locais.
É frente à superlotação absurda que crescem as doenças, fruto de uma política de Estado genocida nos bairros pobres, somada a uma política econômica de superexploração do povo e da nação que empurra aos montes os jovens para a delinquência.