Os trabalhadores da rede municipal de Breves, na ilha de Marajó, realizaram assembleia geral no dia 31 de janeiro para deflagração de greve por tempo indeterminado até o pagamento dos salários atrasados desde novembro.
Dados do autodenominado “Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação” (Fundeb), disponíveis na internet, apontam que o gerenciamento municipal já recebeu R$ 19 milhões em repasses de verbas federais. Para impedir a greve, a Secretaria Municipal de Educação realizou o pagamento dos salários de janeiro, no entanto, os trabalhadores afirmam a ocorrência de diversos problemas nos pagamentos como descontos indevidos no pagamento de horas-extras e gratificações. Alguns trabalhadores não chegaram nem a receber os salários. Até o momento os contracheques ainda não foram disponibilizados.
Na manhã de 01/02 os trabalhadores foram até as escolas para conversar com a comunidade sobre os motivos da greve. Durante a tarde foi realizado um ato nas principais ruas de Breves e, em seu encerramento, ocorreu com um protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação contra os atrasos salariais e a precarização da educação na cidade.
Durante a assembleia geral o professor Raimundo Cavalcante denuncia que a situação é precária: segundo ele, em algumas escolas já está faltando até mesmo merenda escolar para os alunos. “Já estamos sem condições financeiras para pagar as nossas contas, sem dinheiro até para comprar comida e ainda temos que dar aula vendo nossos alunos com fome porque não há merenda nas escolas.”, expõe.
Já os trabalhares da rede municipal de Irituia, nordeste paraense, também declararam greve por tempo indeterminado. Em audiência realizada com a secretaria municipal de educação no dia 29 não foi informado quando os pagamentos serão realizados. Além disso, o gerenciamento municipal anunciou que irá fazer uma revisão no plano de cargos carreiras e salários devido à falta de recursos para pagamento.