Atingidos pela Usina hidrelétrica de Belo Monte protestam em Altamira. Foto: MAB
No dia 6 de agosto, trabalhadores da concessionária Norte Energia, moradores de comunidades ribeirinhas, bem como moradores que foram prejudicados pela Usina da cidade do município de Altamira, no estado do Pará, fizeram um protesto conjunto. As reivindicações feitas exigiam o pagamento de encargos trabalhistas e indenizações pela empresa Norte Energia, que é responsável pela usina hidrelétrica de Belo Monte, e também pelas empresas terceirizadas que atuam no local. O protesto foi organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em frente a sede da empresa Norte Energia, em Altamira.
Os manifestantes levaram faixas e cartazes exigindo que a Norte Energia, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a prefeitura de Altamira tomem garantam as indenizações e a realocação de famílias atingidas pela inundação da área da lagoa do bairro Jardim Independente I em Altamira. Os manifestantes também entregaram um documento com as reivindicações à empresa.
Os moradores do bairro Jardim Independente I exigem da Nova Energia o pagamento de indenizações e o reassentamento das famílias. Depois de muita luta, 595 famílias foram reconhecidas como atingidas, porém ainda faltam 364 unidades familiares que ainda não receberam nenhum tipo de amparo.
Segundo Ana Cristina, uma das moradoras, a situação é crítica: “Faz seis anos que minha casa está alagando e as paredes já estão rachando, sem contar que estou isolada, sem meus vizinhos”, conta a moradora.
Parte dos manifestantes cobravam salários que não foram pagos pela empresa terceirizada Urb Topo Engenharia e Construções, que participou das obras de construção da Usina, que foi inaugurada em 2011.
Os trabalhadores já obtiveram uma liminar da Justiça do Trabalho favorável a eles, porém a empresa ainda não efetuou o pagamento.
“Estamos há seis anos nessa luta e já temos uma decisão favorável da Justiça, que reconhece o direito de 303 trabalhadores”, afirmou Walmar Mariano, um dos trabalhadores.
Outro grupo que também participou da manifestação, reúne cerca de 30 famílias ribeirinhas, organizadas pelo coletivo Fazendo uma Nova História. Os moradores exigem indenização pois foram forçados a abandonar suas casas após o enchimento do reservatório da hidrelétrica.
Os manifestantes também denunciaram a intimidação feita por agentes da Força Nacional. Os militares acompanharam o protesto e posicionaram duas viaturas em frente à sede da Nova Energia, impedindo que os manifestantes se aproximassem do local.
Francinete Novaes, da coordenação do MAB no Xingu, contou que se não tiverem resposta sobre o pedido de reunião com a empresa para tratar das reivindicações, irão voltar ao local para realizar uma nova manifestação.
Militares da Força Nacional intimidam manifestantes durante ato em Altamira, no Pará. Foto: MAB