O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), criou no dia 3 de abril um novo cargo comissionado para agradar um ex-aliado. Desta vez o cargo foi de Gerência Executiva Local (GEL) em Olaria e o beneficiado foi o ex-aliado e vereador Vitor Hugo (MDB).
Segundo a jornalista Berenice Seara, do blog TempoRealRJ, Paes também exerceu influência sobre a GEL Campo Grande II e promoveu mudanças para agradar outro ex-aliado, Wellington Dias (PDT).
Em 2021, no mandato anterior, o prefeito inaugurou cinco novas unidades para atender seus aliados. Cada uma delas conta com quatro cargos comissionados, acumulando, até então, 61 unidades de GEL.
O monopólio de imprensa Globo, por meio do RJ2, apurou em 2021 que pelo menos sete GELs criadas por Eduardo Paes não existiam fisicamente. Quando se visitou o local, não havia sequer um prédio administrativo da prefeitura. No entanto, os ocupantes desses cargos continuaram a receber salários, mesmo sem um local de trabalho.
Apadrinhamento sem concurso
Cargos comissionados são funções que não exigem concurso público. Além disso, são de livre nomeação e exoneração — ou seja, a prefeitura tem autonomia para criá-los ou extingui-los. Eles são usados como moeda de troca, sendo distribuídos a aliados políticos que atendem aos interesses do prefeito.
Em tese, as Gerências Locais são responsáveis por supervisionar e desenvolver atividades em determinadas regiões, administrando orçamentos, propondo políticas públicas e garantindo a prestação de serviços.
Na prática, porém, essas gerências funcionam como meros postos para acomodar aliados políticos em busca de sua ‘parte do bolo’ — sugando e desviando verbas públicas e, com isso, deteriorando bairros que dependem desses recursos para a implementação de políticas essenciais.
Gestão Paes: Cargos para uns, repressão para outros
O prefeito reacionário tem atacado as massas populares da cidade de diversas formas, seja apoiando o aumento da repressão do Estado com a tentativa de criação da Força Municipal armada, seja com projeto de leis que retiram direitos de trabalhadores, como a PLC 186 que elevou a carga horária dos professores do município.
Às massas resta a luta pela manutenção dos seus direitos, como têm feito a cada ataque de Paes e seu governo, que tenta se equilibrar distribuindo cargos para evitar uma grande crise neste início de mandato.