No dia 19 de junho, sete militares israelenses ficaram feridos em uma emboscada realizada por combatentes da Resistência Nacional Palestina na cidade de Jenin. A ação foi realizada após uma operação do exército de Israel na mesma cidade, responsável por deixar 5 palestinos mortos e 91 feridos. Os militares ficaram cercados pelos palestinos por aproximadamente 6 horas e só foram resgatados após ataques aéreos realizados por helicópteros de combate enviados por Israel.
A emboscada foi realizada na saída dos militares da cidade ao final da operação, quando dispositivos explosivos posicionados na beira da estrada foram acionados e incapacitaram os veículos blindados. Após a explosão, um grupo de palestinos iniciou uma série de disparos contra os invasores cercados.
Uma mobilização massiva de tropas foi realizada pelo Estado de Israel para retirar os soldados. Helicópteros de guerra foram empregados na ação e realizaram ataques aéreos contra as massas em combate. O confronto só foi encerrado após aproximadamente 6h desde a emboscada, quando os combatentes palestinos recuaram e os militares sionistas foram resgatados e levados ao hospital.
Resposta
A emboscada ocorreu após os militares sionistas invadirem o território de Jenin em uma incursão nas primeiras horas da manhã do dia 19/06. A invasão foi iniciada com disparos de arma de fogo, bombas de efeito moral e bombas de gás tóxico contra as massas do território ocupado. Além dos cinco mortos e 91 feridos pela operação sionista, diversos outros crimes cometidos pelos militares israelenses foram registrados. O hospital Ibn Sina, onde os feridos eram atendidos, foi alvejado por tiros de arma de fogo disparados pelos sionistas. Ao menos quatro ambulâncias da Sociedade Palestina do Crescente Vermelho também foram atingidas pelos disparos.
Jornalistas de diferentes meios de comunicação também denunciaram os militares de Israel pela operação. Um profissional de um jornal local denunciou ao Al Jazeera que, no momento dos tiros disparados na direção de sua equipe, “não tinha ninguém perto”, “nenhum tiroteio [dos palestinos] estava vindo na nossa direção. Estava claro que era um sniper”. Um outro jornalista chegou a emitir um pedido de ajuda para seus colegas: “Pessoal, eu estou completamente cercado. Eles estão atirando em nós. Eles estão atirando em nós”, reportou.
Além da emboscada contra os militares e as denúncias feitas pelas massas e jornalistas, protestos contra a ocupação também foram registrados. Na cidade palestina de al-Bireh, jovens ergueram barricadas com pneus e pedregulhos próximo a um posto militar e arremessaram pedras na direção das tropas sionistas.
Resistência se robustece
Essas ações de resposta à invasão sionista sinalizam o fortalecimento da Resistência Nacional Palestina contra as operações cotidianas empreendidas pelo exército de Israel nos territórios ocupados e responsáveis por deixar mais de 100 palestinos mortos somente nos primeiros cinco meses de 2023. Segundo um porta-voz da Jihad Islâmica Palestina (JIP), grupo que atua na defesa dos territórios palestinos, a emboscada sinaliza “a determinação de continuar a lutar” e que “as ameaças do inimigo não irão nos intimidar”.
Os eventos recentes são a continuação de um cenário que se agudiza constantemente desde o ano passado, quando diversas outras ações foram realizadas pelos palestinos contra os invasores. Já nesse ano, mais dezenas de israelenses foram mortos em Israel ou na Cisjordânia como parte dos ataques palestinos em resposta à agressão sionista.
Cada vez mais, as massas desses territórios agredidos clamam por uma resistência contundente contra Israel. O surgimento de batalhões armados em diversos campos de refugiados, bem como o crescimento nos ataques a faca, a tiros e a bomba contra militares e civis israelenses são a expressão mais completa dessa realidade, que não alterará seu curso enquanto os palestinos continuarem submetidos às agressões, operações e violações impostas por Israel.