Palestinos do mundo, uni-vos!

Israel alega que apenas está atacando Hamas. Como todos os  colonialistas, Israel é filho da mentira e eles são mentirosos incuráveis.
Palestinos celebram recepção de ex-prisioneiros em Gaza. Foto: AFP

Palestinos do mundo, uni-vos!

Israel alega que apenas está atacando Hamas. Como todos os  colonialistas, Israel é filho da mentira e eles são mentirosos incuráveis.

Essa guerra do regime sionista não é contra o Hamas, mas contra  todos os palestinos, em todos os lugares do mundo, principalmente contra a  Palestina. 

No início do século XX, com a chegada dos primeiros colonos  sionistas na Palestina, eles levantaram um slogan: “Terra sem Povo”. Eles sabiam  muito bem que a Palestina era a pátria-terra dos palestinos desde tempos  imemoriais. 

Palestina era habitada por palestinos há milhares de anos, antes  dos primeiros sionistas pensarem em colonizar a Palestina. 

O sionismo, como todos os movimentos colonialistas do mundo,  desprezava a existência dos nativos, os verdadeiros donos da terra e da História. 

Apenas quando o povo palestino começou a resistir ao projeto  colonial sionista, os palestinos começaram a ser visualizados pelo movimento  sionista. Eram apenas um obstáculo a ser removido, com limpeza étnica e  genocídio. 

Antes da criação do Estado judeu, a máquina militar sionista  começou a trabalhar. Haganah, uma organização terrorista e braço armado do  movimento sionista, junto com outros grupos judeus terroristas começaram a  limpeza étnica dos palestinos. Nos anos 30, iniciaram a matança de civis  palestinos (na época, todos os palestinos eram civis) e ocuparam suas terras. 

Em 1948, com a criação de Israel, cometeram dezenas de  massacres contra os palestinos. Os historiadores israelenses relatam 55 grandes  massacres perpetrados pelos terroristas judeus contra os civis palestinos e como  resultado, mais de 750 mil palestinos foram expulsos da sua terra e 540 cidades  e aldeias palestinas foram destruídas. Palestina deixou de existir no mapa oficial  do mundo, mas não na História e na alma dos palestinos. 

Um dos líderes sionistas sonhou: “os velhos morrerão e os novos  vão esquecer”. Grande engano e o devaneio se tornou o pesadelo de Israel. São  os palestinos da 4ª geração em Gaza que humilharam o arrogante maior exército  do Oriente Médio. Foram os palestinos, paupérrimos, famintos, perseguidos e  esquecidos pelo mundo que colocaram novamente a Palestina na agenda  mundial e na consciência de todos os que amam Justiça e Liberdade. 

Israel alega que apenas está atacando Hamas. Como todos os  colonialistas, Israel é filho da mentira e eles são mentirosos incuráveis.

Nos anos 70 e 80, não existia Hamas. Mas Israel atacava  palestinos e sua resistência. Chegaram até Beirute e Tunísia, para destruir os  palestinos. A maioria das facções da OLP são laicos e de tendência esquerdistas,  mas mesmo assim era considerados terroristas. 

Nos anos 50, era Nasser considerado pelos sionistas “Hitler” dos  árabes e amanhã será qualquer outro grupo palestino que luta contra o regime  de ocupação e apartheid de Israel. 

A máquina de propaganda sionista afirma que eles enfrentam  uma organização terrorista chamada Hamas.  

A definição mais aceita mundialmente de terrorismo é uso  indiscriminado da violência contra civis para alcançar objetivos políticos. 

Israel, desde antes de sua criação, usou e usa violência extrema  contra civis árabes e mesmo estrangeiros: Deir Yassin, Tantura, Qana (Líbano),  Bahr El Bakar (Egito), Tunísia, Hotel King David, Conde Bernadotte Folke etc 

Hamas é um movimento de resistência popular contra a limpeza  étnica, ocupação, opressão, apartheid de Israel. 

A lei internacional garante o direito de os oprimidos resistirem à  ocupação com todos os meios possíveis, incluindo luta armada. 

Com o agravante, os palestinos não tem opção, senão resistir à  tentativa incessante de Israel de eliminá-los palestinos da face da Terra. 

Já Israel sionista tem várias opções, inclusive a mais simples que  é cumprir as resoluções da ONU – retirar-se dos territórios palestinos ocupados,  aceitar a criação de um Estado Palestino verdadeiramente independente, com  capital em Jerusalém oriental e o respeito ao direito de retorno dos refugiados  palestinos.  

Uma segunda opção para Israel seria aceitar um Estado único,  laico, verdadeiramente democrático (Israel de hoje é etnocrático), onde todos os  que moram entre o mar Mediterrâneo e o rio Jordão (Palestina histórica), podem  viver com direitos iguais, sem discriminação baseada em religião ou etnia. 

A terceira opção de Israel, é com esse apoio maciço dos governos  ocidentais, os judeus de Israel, quase todos com mais de uma cidadania, que se  recusam a conviver com os nativos árabes, poderiam voltar aos países de onde  emigram. Provavelmente serão recebidos com braços abertos. Os palestinos não  têm essa opção e não querem abandonar sua terra. E todos aqueles que desejam  permanecer ou voltar para a Palestina para viver como humanos, com os mesmos 

direitos dos demais, sempre serão bem-vindos. Os palestinos nunca foram  racistas. 

A quarta opção de Israel é continuar seu projeto em que se  fundou e que começou a executar há mais de 75 anos, terrorismo de Estado para  limpeza étnica, tentando exterminar os palestinos. Essa opção é inviável: os  palestinos não vão deixar de existir. 

Enquanto Israel mantém sua opção de limpeza étnica, os  palestinos não aceitarão calados e passivos seu genocídio.  

Hoje, todos os palestinos são RESISTÊNCIA, sob qualquer título  ou partido. Queremos vida, liberdade e dignidade humana. 

Hoje, todos os árabes são palestinos e todos os que amam  liberdade, justiça e paz verdadeira e sonham com um mundo melhor, são árabes! 

Abdel Latif Hasan é médico e palestino, nascido em Belém, na Cisjordânia. Escreve sobre a vida e a guerra na Palestina. Já escreveu para outros portais, como o Instituto da Cultura Árabe.

Esse texto expressa a opinião do autor.

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