Manifestantes marcham em direção à fronteira da Faixa de Gaza com Israel, durante o protesto contra o cerco criminoso à Gaza que já dura 13 anos. Foto: Adel Hana / AP Photo
No dia 21 de agosto, centenas de palestinos marcharam na Faixa de Gaza ao longo do muro que simboliza a fronteira com a ocupação israelense. Elas protestavam contra Israel e seu bloqueio genocida ao território de Gaza, que já dura 13 anos, e em memória do 52º aniversário de um ataque incendiário à mesquita de Al-Aqsa. Em odioso temor à revolta das massas, depois de reprimirem duramente o protesto, as forças israelenses bombardearam Gaza.
As forças da ocupação reprimiram com violência a manifestação, deixando pelo menos 41 pessoas feridas, incluindo duas pessoas gravemente feridas, das quais uma era um menino de 13 anos que foi baleado no pescoço, segundo informações do ministério da saúde palestino.
Segundo o portal Middle East Eye (“Portal do Oriente Médio”), os militares sionistas abriram fogo contra os palestinos que se reuniam ao redor do campo de refugiados de Malaka, no nordeste da Faixa de Gaza. De acordo com testemunhas, foram utilizadas armas de fogo e gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Dezenas de jovens revoltados com a repressão colonial escalaram o muro que segrega Gaza dos territórios palestinos ocupados e lançaram explosivos contra o outro lado da cerca, além de atirarem pedras e erguerem barricadas com pneus em chamas para se defenderem da brutalidade policial.
Mais tarde no mesmo dia, os militares israelenses atingiram a Faixa de Gaza com uma série de ataques aéreos, que até o dia 23/08, dois dias depois da manifestação, continuavam a ser reportados. Apesar de “autoridades” israelenses afirmarem que os ataques foram em resposta a um soldado ter sido supostamente ferido durante o protesto, é evidente que se tratava de uma punição à rebelião da juventude palestina de Gaza.
O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, declarou em resposta que os bombardeios expõem que Israel está “tentando encobrir seu fracasso e decepção diante da firmeza de nosso Povo [palestino] e de sua valente resistência”.
A marcha do dia 21/08, marcada pela sua combatividade, foi um dos primeiros grandes eventos desde o cessar-fogo de 21 de maio, requisitado por Israel após 11 dias de intensos bombardeios contra a Faixa de Gaza, que deixaram pelo menos 250 palestinos mortos. À época daquela escalada, o Hamas, que capitaneia o campo da Resistência Nacional palestina, conseguiu atingir com dezenas de foguetes o território inimigo.
Forças da repressão israelense atacaram com armas de fogo e bombas de gás lacrimogêneo os manifestantes palestinos durante a manifestação na Cidade de Gaza. Foto: Said Khatib / AFP
CAMPO DA RESISTÊNCIA SE REÚNE E CONVOCA AS MASSAS A LUTAREM
Após o início dos bombardeios, diversos grupos do campo da Resistência se reuniram e divulgaram um comunicado conjunto em coletiva de imprensa no dia 22/08. Nele, prometeram dar continuidade aos protestos ao longo do muro para pressionar Israel a remover o bloqueio contra a Faixa de Gaza, e permitir a reconstrução do território após a ofensiva genocida de maio.
Liderados pelo Hamas, também assinaram o comunicado grupos como a Jihad Islâmica e a Frente Popular de Libertação da Palestina, entre outros movimentos menores.
Convocam, em uníssono, o povo palestino “a continuar sua revolta popular em Gaza e a expandir os pontos de engajamento com a ocupação, e nossa atividade popular prosseguirá de acordo com um plano”, e afirmam que “os manifestantes palestinos e as facções palestinas querem levantar sua voz e lembrar Israel e especialmente a comunidade internacional de sua situação, e cada vez mais, depois da recente guerra em Gaza e da destruição em massa que os militares israelenses causaram”.
Além disso, a frente unificada afirma: “Não aceitaremos a continuação do cerco” perpetrado por Israel e Egito à Gaza desde 2007, que asfixia o povo palestino que lá vive e o mantém refém em um verdadeiro campo de concentração a céu aberto. Diz também que “a ocupação israelense deve suportar a responsabilidade pela obstrução da reconstrução de Gaza e pelo bloqueio”.