Jovem é agredido durante protesto contra a visita do Papa, em Santiago – Foto: Victor R. Caivano / AP
O papa Francisco visitou o país sul-americano do Chile entre os dias 15 e 22/01 e foi recebido por protestos populares por todo o país. O próprio papa, que vem da América Latina e gosta de ser celebrado como o “papa dos pobres”, foi objeto de indignação.
O alto custo da visita do papa com segurança e aparato de repressão custeado pelo velho Estado chileno revoltou as massas básicas, que sofrem com a falta ou sucateamento dos serviços básicos. Alimentados pelos escândalos que incluem corrupção e abuso sexual por sacerdotes católicos, milhares se rebelam durante a visita.
Somente na capital Santiago, pelo menos 89 manifestantes foram presos. Defendem os leais servos da opressão imperialista contra a rebelião justificada da população.
Segundo apurou o jornal democrático-revolucionário chileno El Pueblo (Chile), a visita de Bergoglio ao Chile tem um custo de 4 bilhões de pesos (por três dias). “Sem dúvida, é um valor excessivo e insultante, especialmente em um país onde o salário mínimo aumentou 31 pesos por dia e onde grande parte da população vive dívidas asfixiadas”, registra.
No dia 15/01, quando chegou ao Chile, o papa foi recepcionado por protestos contra os gastos públicos para garantir sua visita, em Santiago. Um dia depois, mais de 79 foram detidos em Santiago e Osorno. Segundo a repressão, jovens teriam ocupado um edifício de propriedade do Arcebispado.
Colaboração com o regime militar
Segundo pontuou o jornal, a indignação contra o papa também se justifica pelo seu passado. “Jorge Bergoglio, sendo cardeal da Igreja Católica na Argentina, foi acusado pelos fiéis de colaborar com a Junta Militar Fascista e até foi convocado para testemunhar no julgamento sobre tortura e desaparecimentos da Escola Mecânica da Marinha (ESMA). As acusações de cumplicidade apontam especificamente para a recusa de Bergoglio em proteger os sacerdotes jesuítas que foram presos e desaparecidos pelo governo militar”, revela.
Segundo o jornal, sua visita tem como objetivo entravar a luta popular. “A visita de Jorge Bergoglio vem no contexto desta situação política de radicalização do protesto popular. Ele vem para dar oxigênio às instituições ranças e parar a luta do povo, principalmente a luta do povo Mapuche. É por isso que Bergoglio viajará diretamente para Temuco”, analisa.
“Importante destacar que o fato de vermos a visita de Bergoglio como insultante não significa que somos contra católicos ou contra a religiosidade das massas.”, arrebata.