A Corte Suprema do judiciário reverteu, no dia 26 de julho, um importante veredicto que condenou 11 camponeses a longas penas em um cruento confronto contra a polícia a mando do latifúndio, em Curuguaty, em 2012. Os camponeses foram condenados erroneamente por “homicídio doloso”, “associação criminosa” e “invasão de propriedade”. Agora, os camponeses foram absolvidos por unanimidade.
Em 15 de junho de 2012, mais de 300 policiais fortemente armados, contando inclusive com um helicóptero, cercaram menos de 60 camponeses (metade mulheres, idosos e crianças) que ocupavam uma terra em Curuguaty. O terreno era reivindicado como de propriedade da família de um senador, embora não fosse sua propriedade em verdade. No episódio, ocorreu um tiroteio que deixou 11 camponeses e 6 policiais mortos.
O latifúndio (o “agronegócio” transnacional), o monopólio midiático e as forças remanescentes do ditador Stroessner (também estabelecidas no judiciário) forjaram um processo totalmente viciado que condenou 11 camponeses a prisão pelo massacre. O caso foi amplamente usado como pretexto para a derrocada do presidente Fernando Lugo.
Vale destacar que essa mudança no posicionamento do judiciário certamente é fruto da luta do povo. Incansáveis campanhas de solidariedade, passeatas no Paraguai, em países latino-americanos e no mundo, escritores e artistas populares quebraram o cerco da mentira.