Partidos e organizações maoistas emitem declaração sobre situação revolucionária na América Latina

Partidos e organizações maoistas emitem declaração sobre situação revolucionária na América Latina

Partidos e organizações marxistas-leninistas-maoistas de todo o mundo emitiram uma Declaração Conjunta no mês de novembro sobre os grandes levantamentos de massa que têm ocorrido na América Latina, e a necessidade da seu desenvolvimento em Guerra Popular, dirigido por Partidos Comunistas militarizados. Assinaram a declaração 11 Partidos Comunistas de diferentes países.

Os signatários foram o Partido Comunista do Brasil (Fração Vermelha), Partido Comunista do Peru, Partido Comunista do Equador – Sol Vermelho, a Fração Vermelha do Partido Comunista do Chile, o Partido Comunista da Colômbia (Fração Vermelha), Núcleo Revolucionário pela Reconstituição do Partido Comunista do México, Comitê Bandeira Vermelha – República Federativa da Alemanha, Comitês para a Fundação do Partido Comunista (Maoista) da Áustria, Servir ao Povo – Liga Comunista da Noruega, Coletivo Bandeira Vermelha (Finlândia), Partido Comunista Maoista (Estado Francês) e o Comitê para a Reconstituição do Partido Comunista do USA.

Os partidos começam o texto dizendo que “a América Latina está repleta de lenha seca, que não tardará em arder em uma grande chama” e se colocam em solidariedade ao proletariado e às massas de todos os povos da América Latina que com suas lutas estão “expressando a necessidade de levantar-se em uma poderosa rebelião sob a direção de seu Partido Comunista militarizado, Partido Comunista, Marxista-Leninista-Maoista, que aplicando as contribuições universais do Presidente Gonzalo, de iniciar e desenvolver a guerra popular para varrer o imperialismo, a semifeudalidade e o capitalismo burocrático que nos devora e oprime, seguindo o caminho de cercar as cidades do campo e estabelecer o novo Poder”.

Eles argumentam que desde o final dos anos 1980 e ao longo dos anos 1990 do século passado, assiste-se ao aprofundamento da situação semicolonial desses países com a aplicação do “Consenso de Washington”, seu chamado “neoliberalismo”, com “privatizações” e “desregulamentações” acompanhadas dos “pacotes” de medidas econômicas antipopulares.

Durante todos estes anos, dizem os revolucionários, de forma desigual, em diferentes países do continente como México, Venezuela, Equador, Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Haiti, etc., de acordo com o desenvolvimento de condições objetivas e subjetivas, desenvolveu-se um forte movimento de protesto e descontentamento das massas contra o velho Estado, seus governos reacionários, partidos e instituições legais, chegando em alguns casos com grandes revoltas e ondas populares de resistência pela defesa dos direitos e conquistas alcançadas em duros dias de luta ao longo do século passado.

Por isso, afirma-se que vivemos uma situação revolucionária em desenvolvimento desigual no mundo e na América Latina, que se expressou com toda clareza nos crescentes protestos populares e nos movimentos de massas. “O que corresponde a esse processo?”, perguntam retoricamente os comunistas, e prosseguem: “corresponde forjar uma direção revolucionária como condição subjetiva para a revolução, o Partido Comunista Marxista-Leninista-Maoista militarizado, para destruir as três montanhas que nos oprimem (imperialismo, semifeudalidade e capitalismo burocrático) com a guerra popular”.

Os revolucionários destacam também o vil papel do oportunismo no contexto do crescimento dos levantes de massa: “Como sempre, os oportunistas e revisionistas de todos os tipos tentam se colocar à frente da justa rebelião das massas, para transformá-las no que eles chamam de ‘diálogo’ e ‘negociação’, a fim de realizar uma reestruturação do velho Estado no Chile, Equador, Bolívia, etc.”. 

De acordo com os maoistas, essas mentiras desvirtuam os movimentos de massas, e os leva a servir uma das duas frações da grande burguesia (compradora ou burocrática) e os grupos de poder que se dividem dentro delas em disputa pela direção da reestruturação do velho Estado através da centralização do poder no Executivo para, além de outras razões, tentar impedir o desenvolvimento da situação revolucionária em seus países.

Os maoistas deixam claro que a crise geral do imperialismo também leva à crise do oportunismo: “A crise política dos governos reacionários, de ambas as frações da grande burguesia (burocrática e compradora), inclui também os governos do oportunismo. Estes governos vieram no sentido de administrar o velho Estado em condições de prosperidade fiscal, onde era possível dar ‘migalhas’ para as massas, permitindo manipulá-las e aplicar o corporativismo e o clientelismo com o objetivo de contê-las através de programas sociais, como foi no Brasil com o governo reacionário de Lula e PT”.

E concluem o texto apontando o caminho a ser seguido pelas massas de todo o mundo: 

“A questão que se apresenta em meio a essa situação é a tarefa de culminar a reconstituição de Partidos Comunistas, de acordo com as condições específicas de cada país, para desenvolver a revolução, o caminho democrático, cujo eixo é o proletariado sob a direção de seu Partido Comunista militarizado”. 

Os partidos concluem: “Tudo em função de iniciar a Guerra Popular, o caminho de cercar as cidades pelo campo, destruir a velha ordem e construir o Novo Poder, a ditadura conjunta das classes revolucionárias sob a direção do Partido Comunista militarizado, com Comitês Populares e Bases de Apoio revolucionárias, a fim de conquistar o poder em todo o país e estabelecer a República Popular em cada país, desenvolvendo a revolução de forma ininterrupta ao socialismo sob ditadura do proletariado. E através de sucessivas revoluções culturais proletárias, alcançar o comunismo”.

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