Foto: Reprodução/ Banco de dados
Na manhã do dia 17 de março, considerando a situação de emergência de saúde pública causada pelo novo coronavírus, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) resolveu, em reunião com os chefes de setores, suspender uma série de atividades acadêmicas presenciais a partir do dia 18 de março até 12 de abril. No primeiro momento, a decisão não teria incluído os estudantes que dependem dos auxílios moradia, alimentação, transporte, e do Programa de Auxílio ao Ensino de Graduação (Paeg). Porém, isso não se manteve.
No dia 19 de março a UFCG suspendeu todos os auxílios, mantendo o Paeg devido à pressão estudantil, deixando muitos estudantes em situação extremamente precária. Entre as medidas tomadas, está a do retorno imediato dos residentes a seus núcleos familiares, decisão precipitada, pois, até então os estudantes estavam seguros na residência universitária (todos já se encontravam nela há mais de 14 dias, portanto, já cumprido o período mínimo da quarentena) e legalmente tinham o direito de permanecer nela, sem contar que os mesmos sequer foram consultados sobre essa definição.
Aos que moram no estado da Paraíba essa medida não foi tão prejudicial, até porque a UFCG garantiu o transporte até porta da casa de todos, e também pelo fato de que, até aquele momento, não existiam casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus neste estado. Já para os estudantes que moram em outros estados, a situação era totalmente outra, ficaram numa situação de risco devido ao número de casos confirmados nos seus estados (especialmente Ceará e Pernambuco) e a UFCG, a princípio, não assegurou transporte aos mesmos, que teriam que se deslocar em meios de transporte público, correndo riscos maiores do que o de permanecerem na residência. Sem falar nos custos financeiros de toda essa movimentação, que tinha ficado a cargo de cada estudante resolver com suas famílias!
Reagindo a essa situação imposta pela reitoria da universidade, os estudantes se reuniram e reivindicaram a extensão do transporte da UFCG para todos, independentemente de seus municípios/estados de origem. Essa reivindicação foi alcançada, o que foi uma vitória da organização estudantil! Porém, os alunos que precisaram se manter nas cidades onde estudam (opção das famílias de alguns, por estarem em condição mais segura quanto ao contágio do coronavírus do que em suas cidades de origem, por exemplo), permaneceram sem nenhum auxílio da UFCG, o que foi denunciado pelos estudantes como um descaso absurdo da instituição.