A partir do dia 14 de fevereiro, estudantes que se alimentam no Restaurante Universitário (RU) da UFPB começaram a relatar sintomas de intoxicação alimentar. Assim, a universidade começou uma investigação interna para possível caso de intoxicação e disponibilizou um formulário, onde 332 estudantes responderam que estavam com sintomas compatíveis com os de intoxicação alimentar.
Já no dia 17 de fevereiro, a Vigilância Sanitária realizou uma inspeção no RU, onde foram encontrados 100 litros de suco em temperatura inadequada, posteriormente descartados. A empresa que controla o RU, a ISM Gomes de Mattos LTDA, foi notificada para que sejam feitas as devidas adequações, como por exemplo, manutenção dos equipamentos de refrigeração e higienização de equipamentos e utensílios. Até agora, não houve punição.
A ISM Gomes de Mattos LTDA é uma empresa da grande burguesia e ligada ao latifúndio, já que a dona Idalina Sampaio Muniz Gomes de Mattos também é sócia na Fazenda Timborana, latifúndio localizado no nordeste do Pará, focado na criação de gado. Idalina já foi investigada pelo Ministério Público do Ceará por “capitanear” uma organização criminosa e servir comida de má qualidade em presídios do estado (CE).
Não é de hoje que casos como este ocorrem pelo país, onde a grande burguesia oferece comida de má qualidade em universidades, como por exemplo, o ocorrido na UFPE em 2023, onde mais de mil estudantes tiveram intoxicação alimentar. O que chama atenção no caso da UFPB é que o RU é o mais caro do país dentre as universidades federais, custando R$15,01, e já gerou mobilização de estudantes por esse motivo.