Os motoristas de ônibus da grande João Pessoa iniciaram, a partir da meia-noite de segunda (27/1) uma greve exigindo reajuste salarial de 15%, a retomada do vale-alimentação, que foi suspenso em 2019 e o fim da jornada de trabalho dupla, pois exercem também a função de cobrador, além de reivindicar plano de saúde entre outros direitos. Apesar da demanda, os trabalhadores afirmam que nem um aumento de 50%, no salário, iria repor as perdas ocorridas nos últimos anos e as péssimas condições de trabalho.
Os monopólios de imprensa paraibanos, como de costume, passaram a atacar a greve assim como o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), defendeu a prisão do presidente do Sindicato dos Motoristas. Na contramão da desvalorização dos salários, a passagem em João Pessoa aumentou para R$5,20 no início deste ano, aumento de 6,12%, acima da inflação de 2024. O ticket, antes deste reajuste, já era o segundo mais caro entre as capitais do Nordeste.
Problemas físicos e mentais dos motoristas e precarização da profissão
Uma das principais reivindicações dos motoristas de ônibus é a obtenção de um plano de saúde, já que a carreira é propensa a vários problemas físicos, como hérnia de disco e tendinite, em virtude da quantidade de tempo que ficam sentados em jornadas extenuantes e repetitivas. Além disso, doenças de ordem psicológica, como ansiedade e depressão, também são comuns.
A profissão de motorista de ônibus, que é uma das mais exploradas do país, passa por um grande precarização em João Pessoa, com os baixos salários, jornada dupla e retirada do vale-alimentação.