Em estudo recente, realizado pelo Banco do Brasil, a Paraíba apresentou o maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre todos os estados brasileiros em 2024, com um aumento de 6,6%. Esse desempenho superou significativamente as médias do Nordeste (3,8%) e do país (3,5%). Entretanto, o aumento da porcentagem do PIB não contribuiu para a diminuição dos índices de desigualdade e pobreza no estado.
Paraíba destaque em desigualdade e pobreza
Em conjunto a este dado, outro se destaca, a Paraíba é a unidade da federação mais desigual do país, com seus índices de desigualdade em ascensão exponencial, de acordo com dados do IBGE, amparado no coeficiente de Gini, que saltou de 0,514, em 2014, para 0,584, em 2023, contrariando a tendência de queda no Brasil, no mesmo período. Vale dizer que a capital da Paraíba, João Pessoa, segue a mesma tendência e é a com maior desigualdade entre todas as outras capitais de estado, com o mesmo coeficiente em 0,629.
Além disso, como corolário da desigualdade, o estado possui quase metade de sua população vivendo em extrema pobreza, segundo dados do IBGE. Índice que se encontra estável, nos 50%, em toda a segunda década deste século. Isso significa que 1 a cada 2 paraibanos têm apenas R$665,00 para sustentar a si e a sua família.
Os dados são ainda mais alarmantes quando sabemos que estes índices estão bem acima da média nacional em pobreza (27,4%) e em Gini (0,494), em uma das nações com mais elevada miséria e desigualdade no mundo.
Crescimento para quem?
Após 2020, primeiro ano de pandemia, o PIB do estado, conforme o IBGE, tem crescido acima dos 5% todos os anos. Segundo o estudo, o crescimento paraibano foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que apresentou um crescimento de 6,5%, o setor industrial, com uma expansão de 6%, e o agropecuário com um aumento de 3,2%.
Ao mesmo tempo, o crescimento da porcentagem do PIB da Paraíba não refletiu em melhora na qualidade de vida das massas trabalhadoras do estado. Ao contrário, a pobreza e a desigualdade se mantêm elevadíssimas, porém, não só elevadas, mas quando falamos especificamente da desigualdade, medida através do coeficiente de Gini, a Paraíba se encontra em tendência de crescimento exponencial.
Isso significa, trocando em miúdos, que, no estado, os 10% mais ricos estão cada vez mais ricos em relação aos 50% mais pobres. Dessa forma, não é difícil concluir que o crescimento econômico agraciou essencialmente as classes dominantes locais.