No dia 29/08, o Ministério do Trabalho e Emprego relatou que cerca de 91 operários foram resgatados, em sua maioria, na construção de apartamentos de luxo no litoral sul do estado de Pernambuco. Dentre as várias condições denunciadas, estão alojamentos sem saneamento básico, escassez de água, e em condição de insalubridade.
Após os resgates, os trabalhadores afirmaram que foram atraídos pelas promessas de trabalho, aceitando por pura vulnerabilidade e sobrevivência. Relatam também que sofreram ameaças e foram impedidos de deixar o local de trabalho, além de não serem pagos pelo serviço prestado. Depois da operação, as empresas sofreram multas e terão de pagar R$693 mil de indenização aos trabalhadores. Apesar das penalidades, nenhuma das empresas promovendo trabalho escravo foram divulgadas, e ninguém foi preso.
Imagens feitas durante a investigação denunciaram as condições desumanas que os trabalhadores enfrentavam. Além dos alojamentos, a condição de trabalho também apresenta irregularidades relacionadas à Carga horária excessiva e ausência de contratos formais de trabalho, ou quaisquer vínculos oficiais com a empresa.
Como já demonstrado, a cumplicidade do Ministério do Trabalho, dos órgãos de imprensa e todos os envolvidos na investigação ao negligenciar o nome dos condomínios de luxo mostra que, para as empresas empreiteiras, a impunidade é um direito até mesmo ao cometer crimes deste nível. A operação pode ter resgatado 91 trabalhadores mas, por omissão, abre parâmetro para que muitos outros ainda sejam vitimados pelas mesmas empresas investigadas.