No dia 11 de julho, ambulantes de Beberibe, em Olinda – Pernambuco, protestaram e retomaram seus postos de trabalho. Os ambulantes atearam fogo em pneus e fecharam uma via principal da região. O ato dos informais contou com amplo apoio da população contra as injustiças cometidas pelas autoridades locais.
A manifestação ocorreu em repúdio à decisão da prefeitura de expulsar os trabalhadores. No dia 25/07, uma trabalhadora teve sua mercadoria roubada pela prefeitura, que contou com apoio da Polícia Militar de Pernambuco.
No dia 01//07, em plena madrugada, tratores derrubaram as barracas da tradicional feira de Beberibe. Os trabalhadores foram surpreendidos pela medida e foram impedidos de garantir seu sustento diário. Imediatamente, os ambulantes se articularam e na semana seguinte enfrentaram a fiscalização. Em outro combativo protesto, os trabalhadores queimaram pneus, fechando ruas principais e enfrentando a PM.
A medida da prefeitura busca retirar os trabalhadores do seu local de trabalho tradicional e pô-los em locais precários e longe da circulação de pessoas. Em entrevista, uma ambulante afirma:
– Não tem condições de trabalhar onde a prefeitura colocou a gente. Todos nós aqui somos trabalhadores, a gente só quer trabalhar. A gente não colocou fogo para impedir ninguém [de trabalhar]. – afirmou o trabalhador que também destacou as péssimas condições do novo local que a prefeitura destinou para exercerem sua profissão: – Ali dentro [do beco] não tem, ali é uma calamidade, uma nojeira trabalhar ali.
A repressão policial tem impedido o sustento das famílias dos trabalhadores:
– E eles não vêm aqui dizer nada. Chega, toma a mercadoria, bota dedo na cara, ameaça. E a gente fica como? Faz três dias que a gente não trabalha. A gente paga aluguel, tem filho, tem alimentação. A gente vai fazer como?
Mesmo com o protesto, a prefeitura segue o projeto de opressão aos trabalhadores. É rotina para os feirantes serem expulsos, tentarem trabalhar e ter suas mercadorias roubadas pela prefeitura com apoio da polícia militar. Com isso, não resta outra alternativa senão a justa luta dos trabalhadores pelo direito de garantir seu sustento diário.