Na última sexta-feira (14/3), ativistas do Comitê de Apoio ao AND – Recife foram à Estação Joana Bezerra, em Recife, realizar a primeira brigada de vendas do jornal de edição nº 258 nesse espaço de grande circulação das massas, agregada a agitações em denúncia aos crimes do Velho Estado contra a população da Região Metropolitana de Recife (RMR) e em apoio às últimas lutas travadas nas ruas no dia anterior à brigada, que incluem desde um ato em reivindicação por melhores condições de ensino a protestos em luta por moradia.
No dia 13 de março, a cidade do Recife viveu um cenário de grande insatisfação popular: pela manhã, no bairro da Várzea, professores e estudantes da Escola Senador Novaes Filho fizeram um protesto contra o total sucateamento da escola, fechada há mais de um ano por risco de queda do teto. Desde então, a unidade escolar tem funcionado de maneira improvisada em um prédio alugado que não reúne as condições adequadas para as atividades de ensino, de acordo com alunos e professores. Cansados do descaso do governo do estado com a situação, centenas de estudantes, professores e familiares saíram em protesto com cartazes e faixas exigindo seus direitos, sob o lema “Salve o Novaes”.
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Rede Estadual de Educação (Sintepe), presentes no ato, destacaram que “há 13 anos essa escola clama por socorro”, e que não há justificativa para o sucateamento de escolas no estado, visto que “o governo de Pernambuco recebeu mais de R$ 2 bilhões do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), dos quais 40% (ou R$ 800 milhões) são para ações de manutenção e desenvolvimento do ensino”.
Já no início da tarde, no mesmo dia, ocorreram dois protestos exigindo direito à moradia. Um também na zona oeste da cidade, paralisou um dos lados da BR 101 com queima de pneus. Outro, no centro da cidade, paralisou o trânsito com uma marcha até o palácio do Governo. Esses atos foram organizados pelo Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), fazendo parte da Jornada Nacional de Lutas da organização, e demandaram do governo solução habitacional imediata para milhares de famílias de Recife, Olinda e Paulista.
A agitação comoveu diversos trabalhadores, que abordaram os ativistas em seguida para ouvir mais sobre as últimas notícias, as mobilizações recentes e adquirir exemplares do jornal. Durante as intervenções, os integrantes do Comitê também notaram a revolta de diversos ambulantes frente às abordagens truculentas da polícia, que revistou cada um dos vendedores que estavam na estação e apreendeu diversas mercadorias. O Comitê presencia essas abordagens policiais sempre que uma atividade é realizada no metrô, dada a frequência em que ocorrem, o que causa cotidianamente a perda da única fonte de sustento da maioria dos vendedores ambulantes e de suas famílias.