No dia 19 de janeiro, camponeses posseiros do Engenho Barro Branco, município de Jaqueira-PE, impediram funcionários da empresa latifundiária Agropecuária Mata Sul S/A de pulverizar agrotóxicos através de drones em área próxima a nascente d’água e a posses dos camponeses.
Por volta das 9h da manhã, os camponeses foram informados de que uma pick-up com 2 funcionários do latifúndio estava portando um drone grande utilizado para pulverizar agrotóxicos em grandes extensões territoriais, estacionado próximo a fonte d’água conhecida popularmente como Cacimba do Mamote. Imediatamente foi mobilizado uma comissão de camponeses para averiguar a situação.
Quando a comissão camponesa chegou ao local, constatou que o drone estava em voo e pulverizando grandes quantidades de veneno sobre a terra. Os camponeses registraram e denunciaram a situação em vídeos. Então, os funcionários do latifúndio desceram o drone e acionaram os pistoleiros da Agropecuária Mata Sul, comparecendo 2 motocicleta e 1 de quadriciculo. Os camponeses soltaram fogos, gritaram palavras de ordem e agitaram bandeiras enquanto avançaram em direção ao grupo para impedi-los de continuar o envenenamento da nascente d’água.
Percebendo a combatividade da comissão camponesa, o grupo de serviçais do latifúndio se retirou sem oferecer resistência, não antes de fotografar os camponeses. Por sua vez, a camponeses do Engenho Barro Branco organizados pela Liga dos Camponeses Pobres Nordeste (LCP) encaminharam uma denúncia para Promotoria Agrária e Comissão de Preservação dos Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco (CPRH).
No dia 18 de dezembro de 2023, os camponeses realizaram um ato dentro da RPPN Frei Caneca para expulsar uma comitiva formada pelo latifundiário Guilherme Maranhão, “sócio oculto” ou dono da Agropecuária Mata Sul, representantes da ONG ianque “Save Brazil” e um grupo de pistoleiros. Na ocasião, o latífundio pretendia oficializar a transferência da reserva ambiental para ONG ianque, pousando de ambientalistas preocupados com meio ambiente enquanto roubam as terras dos camponeses sob fortes ameaças de morte e envenenam seus poços d’água. Esta atividade impediu temporariamente que houvesse este acordo cruel, que tem como objetivo a expulsão das famílias camponesas que vivem e produzem nas terras que ficam na margem de toda reserva ambiental.
No dia 08 de janeiro de 2024, durante audiência no Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), advogados da empresa latifundiária Agropecuária Mata Sul negaram que aplicam veneno próximo aos poços d’água, das moradias ou produções camponesas. Na oportunidade, camponeses denunciaram que o gado urina e defeca nos poços d’água que são utilizados para os camponeses consumirem em suas moradias. Como resultado, foi encaminhado haver uma demarcação de no mínimo 50 metros de cada poço e margem de riachos nas terras do Engenho Barro Branco. Ao que tudo indica, como sempre, o latifúndio através de seu aparato repressivo de grupos de pistolagem, não vão atender nenhuma decisão jurídica que diminua sua sede de poder sobre as vidas dos camponeses pobres e seguirão aplicado uma guerra de baixa intensidade contra o povo.
Por isso, os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra, os povos indígenas e comunidades quilombolas, não podem aguardar passivamente pelas promessas do gerenciamento oportunista nem dos poderes que regem esse velho Estado que pertence aos latifundiários, grandes burgueses, serviçais do imperialismo, principalmente os norte-americanos. Importante mobilizar, organizar e politizar todo povo do campo e da cidade de forma constante para termos condições de unidos e organizados impedirmos qualquer tipo de ação dos inimigos do povo. Contra o latifúndio e seus bandos criminosos rebelar-se é justo!