PE: Camponeses impedem nova tentativa de grilagem de terras

No dia 16/11, uma comissão de 60 camponeses organizados pela LCP barrou uma nova tentativa de grilagem de suas terras em uma audiência do MP de Pernambuco
Camponeses defenderam direito a suas terras durante audiência. Foto: Banco de Dados AND

PE: Camponeses impedem nova tentativa de grilagem de terras

No dia 16/11, uma comissão de 60 camponeses organizados pela LCP barrou uma nova tentativa de grilagem de suas terras em uma audiência do MP de Pernambuco

No dia 16 de novembro, uma comissão camponesa da Área Revolucionária José Ricardo formada por 60 pessoas organizadas pela Liga dos Camponeses Pobres Nordeste (LCP-NE) compareceram para uma audiência no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) convocada pelo Promotor Leonardo Caribé. O objetivo desta audiência seria aprovar a produção de um novo mapa das terras dos camponeses que demarcasse 330 hectares para a latifundiária Célia Lira.

Na ocasião, os camponeses foram defendidos pela Dra. Maria José Amaral, da Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo). O advogado da latifundiária, que também é seu sobrinho, Dr. Fernando Coelho Filho, cobrou que os camponeses entregassem o mapa georreferenciado das terras para que ele pudesse criar uma escritura e organizar a venda pelo Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF) aos camponeses ou promover despejo.

Camponeses impediram grilagem de suas terras. Foto: Banco de Dados AND
Comissão foi formada por 60 pessoas organizadas pela LCP. Foto: Banco de Dados AND
Camponeses ergueram bandeiras vermelhas e da Palestina. Foto: Banco de Dados AND

Em 2018, a latifundiária Célia Lira representada pelo seu outro sobrinho, João Lira Neto, atual secretário de agricultura de Lagoa dos Gatos (PE), foram derrotados pela resistência camponesa depois de tentar um despejo ilegal contra o povo. Desde 2019, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) já decidiu pela extinção definitiva deste processo de despejo. Porém, o MPPE continuou a aceitar os pedidos do latifúndio para que os camponeses ajudem seus inimigos de classe a produzirem documentos para tomar suas terras.

Representantes da LCP-NE afirmaram que não permitiriam a produção de um novo mapa nas áreas camponesas, onde as terras já foram medidas e distribuídas entre os próprios camponeses há muitos anos. Se a latifundiária não tem mapa nem escritura sobre estas terras, não há mais o que discutir juridicamente. Contudo, o Promotor Agrário concedeu prazo de 30 dias para a latifundiária apresentar alguma prova de que é proprietária das terras.

Entretanto, os inimigos do povo não conseguiram encaminhar novas medições nem impor nenhuma derrota aos camponeses nesta audiência. Na oportunidade, uma comissão de camponeses do Engenho Barro Branco, Jaqueira-PE, também compareceu para apoiar seus irmãos de luta.

A bandeira da Heroica Resistência Nacional da Palestina esteve presente durante todo ato dos camponeses. Símbolo do compromisso de apoio integral destes camponeses, firmado em Assembléia Popular. Este manto inspira a resistência camponesa em todo Brasil!

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