Na manhã do dia 23 de outubro, o Coletivo Mangue Vermelho realizou uma denúncia sobre a negligência da reitoria em relação ao Restaurante Universitário (RU), administrado pela empresa General Goods, durante Aula Magna na Concha Acústica Paulo Freire da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A denúncia se dá há pouco mais de um mês após cerca de 1,3 mil alunos serem intoxicados ao comer no RU.
A denúncia foi feita no momento de fala do reitor Alfredo Gomes, quando os ativistas interromperam seu discurso aos gritos de Fora Alfredo, Reitor Alfredo! Cara de pau! Tem estudante parando no hospital! e Para barrar a privatização: greve geral, greve geral de ocupação!. Também foram erguidas faixas e cartazes com as consignas +1300 intoxicados, reitoria criminosa, Rebelar-se é justo, Fora General Goods e Quebra de Contrato Já.
Um mês após 1,3 mil estudantes serem intoxicados, nada foi feito
A resposta da reitoria à ocupação estudantil do Restaurante Universitário no dia 4 de setembro foi anunciar reuniões entre os Diretórios Acadêmicos e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES), além de noticiar a vigilância sanitária. Nada foi resolvido nas diversas reuniões, e a vigilância sanitária não ofereceu parecer algum quanto à intoxicação. Deste modo, estudantes noticiaram que encontraram caramujos, larvas e penas na comida, sobremesas fora da validade e utensílios entregues sujos.
Nas três reuniões feitas pela PROAES, o Pró-Reitor Fernando Nascimento culpou os estudantes pela intoxicação em massa, falando que aconteceu porque não lavavam as mãos antes de pegar o prato e a comida. Ainda segundo ele, a solução seria disponibilizar funcionários para passar álcool nas mãos dos que frequentam o R.U. Também negou ser possível a quebra do contrato com a empresa General Goods, estampando a preferência da gestão Alfredo pelas condições precárias em que os estudantes da UFPE se encontram.
‘A UNE é fechada com a negligência do Reitor Alfredo’
Os estudantes denunciaram ainda o posicionamento favorável à reitoria de supostas entidades representativas dos estudantes. Segundo denúncias do Coletivo Mangue Vermelho, o Movimento Todas as Vozes, antigo DCE da UFPE, estava na banca da Aula Magna representando a União Nacional dos Estudantes (UNE) e discursou a favor da reitoria, propagandeando sua organização para os estudantes novatos.
O Coletivo explicou também que, enquanto DCE, o “Todas as Vozes” representava a Gestão Alfredo com o objetivo de implodir manifestações estudantis, como a manifestação do dia 4 de Setembro. “A UNE, representada pelo Movimento Todas as Vozes, então, é fechada com a negligência criminosa do Reitor Alfredo Gomes, tanto que foi dada ampla permissão para propagandear a própria organização”, denuncia o coletivo.