No dia 27 de março, os estudantes da Escola Professora Adelina Almeida, localizada no interior de Pernambuco em Petrolina, realizaram uma combativa manifestação em frente à Gerência Regional de Educação (GRE).
Enquanto a governadora Raquel Lyra investe o dinheiro público em campanhas publicitárias para dizer que a educação de Pernambuco tem avançado, as escolas ainda não receberam nem o kit escolar, material básico para os alunos começarem o ano letivo. As salas de aula não têm climatização, o calor é intenso, reivindicação que tem feito parte do cotidiano dos estudantes.
Para realizar a manifestação, os estudantes enfrentaram ao longo da semana chantagens e ameaças de suspensão por parte da gestão, mas frente à justeza do movimento, os professores se uniram aos estudantes denunciando a ilegalidade de suspender alunos “por defender seus direitos”, e que a escola sequer deveria estar tentando impor regras, pois aquilo era “assunto do movimento estudantil.” Frente à tomada firme de posição dos professores junto aos estudantes, a gestora foi forçada a voltar atrás em suas ameaças.
Mais de 100 estudantes tomaram a Avenida Monsenhor Angelo Sampaio e caminharam até a GRE. Enquanto uma comissão foi recebida para tratar das reivindicações, a manifestação seguia firme na rua, entoando: “Hô Raquel Lyra, cara de pau! Saiu de férias e não deu material!” e “A nossa luta é todo dia! Para conquistar a subestação de energia!”
O povo demonstrou seu apoio aos estudantes com gritos solidários, punhos erguidos e buzinas. E, quando um motoqueiro bolsonarista tentou provocar os manifestantes, os alunos logo reagiram com uma contundente autodefesa.
Com a repercussão da manifestação nos blogs da cidade, muitos pais e estudantes relataram que também em outras escolas falta banheiro, professores, merenda, mostrando que a onda de luta secundarista na região tende a crescer.