PE: Estudantes da UFPE ocupam a reitoria em manifestação para denunciar o sucateamento do Centro de Filosofia e Ciências Humanas

O ato foi decidido numa assembleia estudantil do curso de Filosofia, como também a realização de um abaixo-assinado que exigia o comprometimento da reitoria em solucionar os problemas de infraestrutura do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e que este seria entregue e assinado pela reitoria ao final do ato. 
Foto: Correspondente local.

PE: Estudantes da UFPE ocupam a reitoria em manifestação para denunciar o sucateamento do Centro de Filosofia e Ciências Humanas

O ato foi decidido numa assembleia estudantil do curso de Filosofia, como também a realização de um abaixo-assinado que exigia o comprometimento da reitoria em solucionar os problemas de infraestrutura do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e que este seria entregue e assinado pela reitoria ao final do ato. 

No dia 19 de março, estudantes da Universidade Federal de Pernambuco, campus Recife (UFPE), se reuniram em uma contundente manifestação contra a precarização do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). O ato teve início às 14h40 e tomou as ruas em direção à Reitoria da universidade, onde exigiram que o Reitor Alfredo Gomes assinasse o abaixo-assinado com mais de 800 assinaturas recolhidas pelos estudantes e que exigia comprometimento da reitoria em solucionar os problemas de infraestrutura do Centro de Filosofia e Ciências Humanas. 

A manifestação teve início na frente do prédio do CFCH e foi antecedida por uma produção de cartazes de protesto confeccionados pelos próprios alunos e que tinham as seguintes palavras de ordem: Por medidas efetivas, Fora Apple da UFPE, Por água potável nos centros e Nem sucateamento, nem privatização, fora tubarões da educação. O ato foi decidido numa assembleia estudantil do curso de Filosofia, como também a realização de um abaixo-assinado que exigia o comprometimento da reitoria em solucionar os problemas de infraestrutura do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e que este seria entregue e assinado pela reitoria ao final do ato. 

Foto: Correspondente local.

O ato não só contou com estudantes do CFCH, mas também de outros centros que se sensibilizaram com a reivindicação dos estudantes. Um calouro de Pedagogia que se uniu à manifestação afirmou em entrevista ao Comitê de Apoio ao AND – Recife: “É a minha primeira manifestação que estou participando ativamente, fazendo cartazes, conversando com o pessoal, trocando ideia de melhoria para a universidade, é a primeira vez, então a gente sente essa vontade do grupo de mudar […] Já conversei com o pessoal e já me falaram em caso de alagamento, teto caindo em cima do pessoal, inseto dentro de bebedouro […] Parece que a reitoria não vê de nenhum jeito, aí não tem investimento e não tem também tanto esse investimento focado para os alunos para ter uma permanência no curso”. Mais tarde, um aluno de Ciência da Computação comentou: “Eu sou de Ciência da Computação e saí do outro lado da faculdade para vir para cá porque eu acho muito importante. O centro de informática não sofre sucateamento porque ele é uma aberração no meio da faculdade, tem um monte de empresa privada lá dentro que tem um controle absurdo sobre os cursos. Os alunos têm os ‘benefícios’ disso, né, que é um centro limpo, mas isso deveria ser o normal de toda faculdade, não deveria ter o input de várias empresas privadas tendo controle sobre os cursos, sobre os currículos e sobre a administração do centro só para o estudante ter um lugar decente para estudar”.

Os alunos do curso de Filosofia comentaram sobre a solidariedade dos outros cursos, um estudante afirmou: “Ah, fico feliz que os outros  cursos também estão aqui, não só do CFCH, mas de outros centros, até porque têm problemas estruturais que estão na cara, logo na fachada do CFCH você vê rachaduras. Fico muito feliz com essas pessoas de outros cursos porque observam que é uma crítica de toda universidade, do mal gerenciamento do nosso prédio”  e outra estudante de filosofia completou: “Não só do nosso centro. Todos os outros enfrentam suas dificuldades, inclusive os que a gente menos espera, que seriam o CIN e o pessoal da saúde. Assim, todos os centros enfrentam suas próprias dificuldades e vendo a luta do CFCH, eles conseguem sentir forças para fazer as próprias, que a gente também vai os fortalecer quando possível. 

Sobre a questão do sucateamento, que foi o tema principal da manifestação, um estudante de Filosofia relata que “a nossa experiência eu acho que começou muito bem na medida em que a gente conseguiu aprovar esse ato dentro da nossa assembleia estudantil, com os estudantes de filosofia. Isso demonstra, não só que a gente tem o engajamento dentro do curso, mas também que a gente está fazendo as atividades em consonância com as demandas que eles têm. Nisso eu estou bem esperançoso de que a gente consiga fazer um ato que seja importante, que mostre quais são as nossas propostas [..] Nosso centro consegue fazer muitas coisas, ele consegue muito financiamento, está fazendo pesquisa de ponta, consegue reconhecimento nacional, a gente consegue publicar artigos e revistas, consegue se colocar no cenário nacional apesar de todas as dificuldades estruturais que a gente tem, mas tem meses que os estudantes não conseguem subir no seu andar porque não tem elevador funcionando. Então, o que a gente imaginaria é que, se um prédio consegue tanto financiamento, consegue tanto reconhecimento, ele deveria ter ambientes mais adequados para fazer essa produção […] A gente tem que se organizar para reivindicar essas melhorias infraestruturais”. 

Organizados, os manifestantes saíram em bloco tomando as ruas em direção à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco, localizada na Av. Prof. Moraes Rego, na  Cidade Universitária.  Os estudantes percorreram as ruas da universidade gritando palavras de ordem como: ‘Aê, Alfredo, eu quero ver!’ Constrói praça sem ter água para beber! Reitor Alfredo, cara de pau! Capacho do governo federal! Pelo CFCH, eu vou lutar, o imobilismo não vai nos derrubar! e Nem sucateamento, nem privatização! Greve geral de ocupação! 

Os estudantes ocuparam a reitoria e afirmaram que de lá apenas sairiam quando o reitor da universidade assinasse o abaixo-assinado, que contava com mais de 800 assinaturas dos estudantes e exigia o real comprometimento com a questão estrutural do CFCH, prédio este que, por descaso nas questões hidráulicas, sofreu vazamentos e uma inundação no Laboratório de História e Memória (LAHM), ocasionando o comprometimento de milhares de documentos históricos em fevereiro deste ano. 

Após passarem um tempo na reitoria, um representante do Reitor Alfredo Gomes entrou em contato com os estudantes e assinou o documento, se comprometendo a atender as reivindicações estudantis. Os manifestantes registraram fotos e vídeos para reafirmar a exigência dos estudantes. O ato teve encerramento às 16h com a declaração de um estudante de Filosofia de que, se a reitoria não cumprir o prometido no prazo de 15 dias, como estava no documento, os estudantes voltarão mais fortes e mais preparados em atos ainda mais combativos.

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