PE: Estudantes de Odontologia da UFPE fazem manifestação contra a precarização da Universidade

Estudantes relatam falta de climatização, vazamento de sangue durante operações, falta de insumos e outras condições precárias nas clínicas-escolas.
Estudantes protestaram contra precarização. Foto: AND

PE: Estudantes de Odontologia da UFPE fazem manifestação contra a precarização da Universidade

Estudantes relatam falta de climatização, vazamento de sangue durante operações, falta de insumos e outras condições precárias nas clínicas-escolas.

Na tarde do dia 27/03, às 15h, os estudantes de odontologia da UFPE se mobilizaram em luta para reivindicar melhorias nas condições do curso. Afetados pela falta de água nos bebedouros, péssimas condições das clínicas-escolas, onde falta climatização nos espaços, há vazamento de sangue durante as operações e insuficiência de insumos de enfermagem, os estudantes também reclamaram de arcarem com os custos dos materiais necessários para o atendimento à população.

Os alunos levantaram cartazes denunciando as condições precárias da universidade e exigindo respeito pela sua formação, uma vez que, de acordo com os manifestantes, nem as condições básicas para o estudo são garantidas pela universidade. O ato seguiu do departamento de odontologia até a sede da Reitoria da UFPE, onde ecoaram os gritos pelas ruas do campus: Sou da odonto, quero estudar! Sem estrutura, não consigo me formar! e Olé olé olá, sem professor não consigo estudar! Apesar do caráter pacífico da manifestação, houve a vigilância dos agentes de segurança privada da UFPE, que se mantêm de prontidão para reprimir qualquer manifestação dos estudantes, a mando da reitoria.

Preparação do ato e manifestação. Foto: AND

Chegando ao local final do ato, os estudantes do curso se pronunciaram aos manifestantes expondo relato das condições precárias de estudo vivenciadas. “Estamos aqui, provando que somos resistentes! Pois, na última reunião que tivemos, tentaram nos calar e questionar o porquê de continuar com a mobilização. Estamos aqui por melhorias!”, disse Alícia, uma das alunas do bacharelado em Odontologia.

“Quantos aqui já não tiveram que parar o atendimento, fechar o dente do paciente que estava esperando um canal e mandá-lo para a casa porque parou o compressor? Estamos aqui pelo nosso futuro profissional e pelas pessoas que estão vindo às clínicas receber atendimento”, relatou um outro estudante.

Após as intervenções, uma comissão de estudantes formada por alunos e representantes da UNE se direcionou para uma conversa “particular” com o gabinete e assessores da reitoria, sem a presença das massas que integraram o ato. Sabendo que a manutenção dos hospitais é do interesse dos estudantes e das massas, o Comitê de Apoio ao AND se integrou à comitiva para registrar o desenrolar e encaminhamentos da discussão.

Na sala de reuniões, o chefe de gabinete do reitor, Fernando Nascimento, interrompeu a reunião para exigir a retirada dos ativistas do Comitê, pois aquela seria uma “reunião com os estudantes”. Foi questionado por um ativista que, por se tratar de uma comitiva composta por alunos de diversos cursos e não alunos, o caráter da reunião seria aberto ao interesse público, e após a negativa da reitoria, o Comitê teve de se retirar.

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