No dia 24 de julho, uma comitiva de 30 estudantes universitários e secundaristas independentes, do Coletivo Mangue Vermelho e do Movimento Ventania, foram à Barro Branco – Jaqueira em Missão de Solidariedade, em defesa da luta dos posseiros de Barro Branco contra o latifúndio e os pistoleiros de Guilherme Maranhão. Os estudantes reafirmaram o compromisso de levantar ao alto a bandeira da luta pela terra pela cidade.
De manhã, após calorosa recepção à comitiva estudantil, os camponeses apresentaram os arredores de Barro Branco, mostrando áreas importantes para a história da luta dos posseiros da região. Dentre eles, estava o poço d’água retomado após derrotarem pistoleiros. O poço d’água foi fruto da resistência dos camponeses à tentativa de envenenamento de moradores pelo latifúndio.
Os camponeses também apresentaram uma mangueira antiga na terra, comprovando que a terra de Barro Branco era moradia das famílias posseiras há décadas, contrariando as alegações do latifúndio de que a terra foi invadida. No caminho entre as áreas, estudantes e camponeses cantaram músicas de luta como “O Risco” e gritaram animadamente as consignas Barro Branco é do povo!, Guilherme Maranhão, seu lugar é na prisão! e A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador!.
Depois do almoço, foi organizada uma plenária para que fosse aprofundado o histórico de luta do povo de Barro Branco, e para que houvesse uma troca de experiências entre a juventude do campo e da cidade. Após cantarem o Hino “Conquistar a Terra”, fizeram falas representantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), do Movimento Feminino Popular (MFP), da Associação de Moradores e Agricultores de Sítio Grande e Barro Branco (AMASGBB), da Área Revolucionária Renato Nathan, do Coletivo Mangue Vermelho e do Movimento Ventania.
Depois da plenária e da troca de experiência, já chegada a noite, os estudantes retornaram à Recife, altivos e em cantoria.
A ida da comitiva de estudantes para Barro Branco ilustra o compromisso de progressistas e organizações democráticas de todo País em defender a histórica luta dos posseiros. Um ativista do movimento estudantil destacou o seguinte: “Nosso inimigo é o mesmo: o latifúndio que impede o avanço do nosso país, ataca camponeses e corta verbas do ensino público”. Para combatê-lo, cidade e campo devem andar de mãos atadas, em irrestrito apoio, como acontece hoje em Pernambuco.