PE: Estudantes ocupam Reitoria da UFPE contra sucateamento do Restaurante Universitário

Após ocuparem a reitoria no dia 23 de novembro, estudantes conseguiram a quebra de contrato do RU com a General Goods, empresa responsável pela intoxicação alimentar de mais de 1,3 mil estudantes.
Estudantes forçaram pró-reitor a assinar acordo de rompimento com empresa responsável pela intoxicação alimentar de mais de 1,3 mil estudantes. Foto: Banco de Dados AND

PE: Estudantes ocupam Reitoria da UFPE contra sucateamento do Restaurante Universitário

Após ocuparem a reitoria no dia 23 de novembro, estudantes conseguiram a quebra de contrato do RU com a General Goods, empresa responsável pela intoxicação alimentar de mais de 1,3 mil estudantes.

Na última quinta, dia 23 de novembro, estudantes ocuparam a reitoria da UFPE após uma estudante ter se ferido no Restaurante Universitário depois de comer um caco de cerâmica escondido dentro de uma torta madalena servida pela empresa que gere o estabelecimento, a General Goods. Os estudantes exigem o fim do contrato com a empresa, que teve uma gestão marcada pela negligência e descaso com estudantes. Cerca de 1,3 mil estudantes já sofreram de intoxicação alimentar por conta da comida servida no RU.

Reitoria negligencia casos desde agosto

Até agora, a postura da reitoria e da própria empresa General Goods não foi além da negligência e passividade. O pró-reitor de Assuntos Estudantis Fernando Nascimento foi além e chegou a culpar os próprios estudantes pela intoxicação em massa.

A revolta expressiva dos estudantes atingiu um novo patamar após a estudante ter o céu da boca ferido por um caco de cerâmica escondido em torta servida pelo RU. Sem oferecer auxílio para que a estudante compareça a um hospital e sem pagar os remédios necessários para tratar a ferida, a gestão Alfredo não comentou o caso publicamente até o presente momento.

Estudantes protestaram com cartazes, faixas e bandeiras. Foto: Banco de Dados AND
“Fora General Goods! Fora Reitor Alfredo”, diz frase escrita em faixa. Foto: Banco de Dados AND
Coletivo Mangue Vermelho, que denunciou intoxicação alimentar em massa na universidade, assinou a faixa. Foto: Banco de Dados AND

Conscientes da negligência da Reitoria e de que reuniões com seus representantes nada mudavam, o Comando de Lutas da UFPE convocou uma reunião aberta que definiu, por unanimidade, uma nova manifestação. Sob a consigna de Fora General Goods! Fora Reitor Alfredo!, os ativistas independentes se concentraram no Restaurante Universitário ao 12h00. Nas agitações e palavras de ordem foram denunciadas as péssimas condições do RU, a precarização da universidade, o despejo dos estudantes das Casas de Estudantes em período de férias e a demagogia do Reitor Alfredo Gomes.

A ocupação

Em torno de 13h30, as dezenas de estudantes que gritavam palavras de ordem como Nem Sucateamento, Nem Privatização! Greve Geral de Ocupação!Não vai ter paz! Mexeu com estudante, Mexeu com Satanás! e Reitor Alfredo, cara de pau, tem estudante parando no hospítal partiram em marcha até o prédio da reitoria, onde enfrentaram cerca de 20 seguranças (GTO) da UFPE que guardavam a sede da burocracia universitária com barras de ferro.

A batalha foi dura, e os estudantes foram agredidos com socos e pontapés pelos agentes da repressão, mas ao fim conseguiram entrar no prédio. Sob ameaças e intimidações por parte dos seguranças derrotados, os universitários triunfantes foram recebidos diretamente por Fernando Nascimento. O pró-reitor, que antes havia culpado os estudantes pela própria intoxicação, foi obrigado a acatar as exigências estudantis e assinar o recebimento de um termo garantindo a quebra do contrato do RU no prazo de 30 dias.

Altivos, os estudantes saíram vitoriosos da Reitoria denunciando a repressão da burocracia universitária e anunciando que, caso o problema não seja solucionado dentro do prazo, retornarão “mais fortes e mais preparados”.

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