Protesto em Glória do Goitá pede justiça pela morte de jovem assassinado por PM. Foto: Reprodução
Moradores de Glória do Goitá, em Pernambuco, fizeram um protesto, na manhã do dia 18 de agosto, cobrando justiça pela morte do jovem José Adelino Costa Junior, assassinado por um policial militar no dia 15 de agosto. Os manifestantes fecharam a rodovia PE-050, na altura entre os municípios de Glória do Goitá e Feira Nova, na Mata Norte.
Os manifestantes seguiram até a sede da Delegacia Municipal de Glória do Goitá, onde foram ouvidas as testemunhas do caso. “O sentimento é grande, eu não esperava perder meu filho nessas condições”, contou o pai de Adelino, José Adelino Costa.
“Autoridades competentes, prestem atenção em quem é que vocês estão colocando para fazer a segurança do estado de Pernambuco. Uma pistola .40 tem uso restrito da polícia para usar com fardamento em trabalho. Não é pra tá usando à paisana, bebendo dentro de um bar”, completou ele. O protesto seguiu com faixas e cartazes pelas ruas do Centro de Glória do Goitá e se dispersou por volta das 12h.
Sobre o assassinato
No dia 15 de agosto, o jovem José Adelino foi covardemente assassinado com um tiro no peito disparado por um policial militar que estava de folga, em um bar de Glória do Goitá. O jovem estava assistindo a um show no bar que era sócio, no Centro da cidade, quando o policial, que estava bebendo com outro policial à paisana, teria se irritado com o fim do show, que devido à restrição da pandemia encerrou-se às 22h.
O policial iniciou hostilidades e isso teria levado a uma briga corporal e, em seguida, ao tiro disparado. José Adelino ainda foi socorrido, mas faleceu. Segundo informações das testemunhas, antes de cometer o crime, o policial teria agredido outra pessoa dando uma coronhada na cabeça da mesma.
O policial alegou legitima defesa, afirmando que Adelino teria ameaçado puxar uma arma da cintura. No entanto, de acordo com o delegado, Erivaldo Guerra, da Delegacia de Glória do Goitá, testemunhas presentes no local desmentiram a versão do militar.
Segundo o delegado, todas as testemunhas ouvidas afirmaram a mesma versão, a de que o policial agiu de má fé atirando covardemente no rapaz. “O autor do fato, na verdade, é um policial militar; ele atesta que agiu em legítima defesa, mas as testemunhas contradizem ele nas oitivas realizadas hoje. Todas as testemunhas são unânimes em dizer que não houve legítima defesa, que ele atirou porque queria atirar. Atirou sem dar chance de defesa à vítima. Na verdade, segundo as testemunhas, não tem essa de legítima defesa. Ele será indiciado pelo crime de homicídio doloso”, afirmou.
José Adelino Costa Junior foi morto por um tiro de um PM. Foto: Arquivo pessoal