PE: Fim de semana é marcado por alagamentos e deslizamentos em Pernambuco

PE: Fim de semana é marcado por alagamentos e deslizamentos em Pernambuco

Na tarde da sexta-feira (14/09), foram reportados inúmeros casos de chuva extensa, que se estenderam até a noite de sábado (15/06). A chuva causou desastres por todas as quatro regiões do estado. 

Uma das principais avenidas da capital, a Avenida Recife, teve de ser interditada devido aos alagamentos, com registros de trabalhadores da Defesa Civil usando botes para se locomover na região. Perto da avenida, moradores sofreram acidentes em decorrência dos alagamentos e foram socorridos por bombeiros, também em botes. Além disso, moradores da região relataram que seus móveis e eletrodomésticos foram quebrados pelos alagamentos.

Entre a tarde do dia 14/06 e o final da noite de sábado 15/06, choveu 40% da média de chuvas previstas para todo o mês de junho. Apesar da Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC) ter lançado um alerta para todas as regiões do estado, as décadas de falta de investimento adequado em saneamento básico e a forte negligência do governo do Estado e das prefeituras culminaram em desastres por toda a região de Pernambuco. Esse período também foi marcado por falta de energia e acidentes com choques elétricos.

No bairro da Várzea, na Zona Oeste de Recife, moradores relataram quedas de árvores e calçadas eletrocutadas devido à falta de manutenção na rede elétrica dos postes. Também houveram diversas quedas de energia na região. Por causa disso, moradores perderam vários eletrodomésticos e ficaram em completo breu durante as fortes chuvas.

Em Cabo de Santo Agostinho, carros não conseguiram andar por causa dos alagamentos. Em Jaboatão dos Guararapes as principais vias ficaram alagadas e os ônibus atolaram por causa da rua esburacada. O acúmulo e a falta de drenagem da água causaram a abertura de uma cratera após o final de semana chuvoso.

Os piores casos aconteceram na Mata Sul. Na quinta-feira a APAC emitiu um alerta, alertando para uma possível inundação do Rio Sirinhaém, em Barra da Guabiraba. Quando o rio transbordou, porém, não houve nenhum suporte da prefeitura nem do governo do estado para a população local. A água chegou a bater na cintura dos moradores da região, e causou diversos prejuízos na perda de itens domésticos. Em Machados, casas desabaram após deslizamentos de terra. Mesmo com os alertas, medidas só foram tomadas em torno de socorrer a população desamparada, e nada foi feito para prevenir ou evitar novos desastres.

Um jogo de cartas marcadas

As tragédias causadas pelas chuvas em Pernambuco são cartas marcadas. Todo ano incidentes relacionados ao clima acometem a região, mas o Estado nunca se prepara para dar o suporte necessário ao povo e se nega a investir adequadamente em saneamento básico nos locais mais afetados pelas chuvas.

O ano de 2022 foi marcado como o maior desastre do século no estado, com 133 mortos após incidentes relacionados a alagamentos devido a uma chuva de 500 mm. Diversos moradores precisaram fugir de suas casas e se abrigar com parentes e em instalações públicas após a calamidade, como refugiados de guerra em sua própria cidade. 

Estes desastres, já esperados pelas autoridades, não são meros incidentes climáticos, mas sim verdadeiros crimes de Estado contra o povo pernambucano. Desamparados e sem auxílio, cabe à força popular resistir por sua própria força e firmemente defender seus direitos.

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