No sábado (1/2), antes do jogo entre Sport e Santa Cruz, conhecido como o ‘Clássico das Multidões’, as torcidas organizadas de ambos os clubes se enfrentaram nas ruas da Região Metropolitana de Recife. O confronto terminou com 12 feridos e 14 detidos, além de 4 internados, entre eles, dois homens que foram violentamente espancados com barras de ferro, socos e pontapés, e que depois, um foi vítima de um estupro, sendo violentando sexualmente com uma barra de ferro. Logo após, 14 pessoas foram detidas por violência e três pessoas foram detidas em flagrante delito por tentar invadir o Terminal Integrado de Passageiros Pelópidas Silveira.
Em resposta, a Polícia Militar mobilizou 680 tropas para a operação, com 650 pessoas sendo conduzidas ao Batalhão de Choque e revistadas antes do jogo, também, diversos comerciantes foram forçados a fechar seus estabelecimentos devido ao ocorrido. Entretanto, a ação da Polícia apenas ocorreu, após o fim do conflito. No entanto de acordo com o relatório da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (DPRIE), a Polícia Civil já estava plenamente ciente dos planos de confronto entre os membros das torcidas organizadas, tendo conhecimentos como a preparação de armas caseiras e agendamento de encontros para brigas de ruas. Mesmo assim, nenhuma ação preventiva foi tomada.
Tendo acesso aos pontos onde ocorreriam esse confronto, a Polícia fez uma ‘escolta’ das torcidas, porém, o confronto ocorreu de qualquer forma. Ao ser questionada por diversos veículos de imprensa que tiveram acesso ao documento, a Secretaria de Defesa Social (SDS) não respondeu, apenas lançando notas minimizando o ocorrido após as matérias serem publicadas. A Governadora Raquel Lyra (PSDB) admitiu que “não tem condição de garantir segurança em dias de jogos” e puniu os clubes, proibindo a presença de torcedores nos próximos cinco jogos para ambos os times do Sport Club do Recife e Santa Cruz Futebol Clube.
Em 2024, no Estado de Pernambuco, a violência policial havia aumentado em 400% nos últimos 10 anos, com a inefetividade da segurança pública, carcomida, brutal e repressora, mostrando suas garras cada vez mais. A medida da suspensão dos jogos, assim como muitas outras, é puramente paliativa.
Apesar da tentativa dos grandes monopólios de imprensa de imputar a culpa às massas e acusar o povo pernambucano de ‘selvageria’, os sangrentos confrontos que levaram ao caso de espancamento e estupro são reflexos da falência da gestão de Raquel Lyra. A governadora tenta, “transferir a culpa” e prejudicar os torcedores de ambos os clubes, mesmo os que não participam ou apoiam torcidas organizadas, e jamais consegue proporcionar à sua população a segurança mínima necessária para um evento futebolístico.