Mais de 150 estudantes, professores e dezenas de organizações democráticas realizaram grande ato público em solidariedade à luta dos posseiros de Barro Branco, que foram atacados por uma ação ilegal e reacionária do Movimento da extrema-direita “Invasão Zero”, no último dia 28 de outubro e resistiram bravamente. Organizado pelo Comitê de Apoio à Luta dos Posseiros de Barro Branco (@comitedeapoiobarrobranco) em frente ao Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o ato prestou apoio aos camponeses em luta e repudiou veementemente o ataque da pistolagem,
O ato contou com a presença de representantes do Coletivo Mangue Vermelho, do Grêmio do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), do Coletivo Remis Carla, dos Diretórios Acadêmicos de Design, Artes Visuais e Filosofia, PCO, POR, PSTU, PSOL, UJS, além de ativistas da causa palestina.
A estudante de Pedagogia da UFPE Ana Cecília, que foi baleada no pé por pistoleiros durante a Batalha Feroz de Barro Branco, abriu o Ato Político em sua cadeira de rodas denunciando os crimes do latifúndio contra os posseiros, conclamando os estudantes a se fundirem às massas camponesas de Pernambuco e encerrou sua intervenção entoando os primeiros versos de “Conquistar a Terra”, que foi continuado e cantado com ardor por todos os estudantes, professores, técnicos e apoiadores presentes.
Durante a manifestação, inúmeros ativistas de diversas organizações defenderam o direito do Povo de defender suas terras contra seus inimigos. “Enquanto a Polícia Militar se escondia atrás da Igreja, os camponeses com sua própria força, com seus próprios métodos de luta colocaram para correr os pistoleiros”, relatou um membro do Comitê de Apoio aos Posseiros de Barro Branco.
Foi também denunciada a ação terrorista do Movimento de extrema-direita “Invasão Zero”, como na fala de uma professora da UFPE: “Quem comandou o ataque aos posseiros de Barro Branco no sábado [dia 28 de Setembro] foi um ex-defensor público, José Antônio Fonseca de Mello, que é o líder do Movimento Invasão Zero em Pernambuco. Movimento esse que assassinou a liderança Nega Pataxó e a Mãe Bernadete na Bahia, e que se expandiu para Pernambuco.”
Um representante da Associação de Posseiros de Barro Branco anunciou com altivez que não vão desistir de defender suas terras “Tentaram fazer o que queriam com os camponeses de Barro Branco e demos a resposta à altura. Defendemos na Associação de Barro Branco os princípios da Revolução Agrária apontados pela Liga dos Camponeses Pobres, que diz em alto e bom tom desde 2023 que estamos vivendo uma Guerra Civil reacionária no campo e o campesinato tem que organizar seus grupos de autodefesa para combater!”. Todo o conjunto da juventude presente, de várias organizações, vibrou com a intrepidez da luta camponesa contra os criminosos grupos paramilitares a serviço do latifúndio.
A juventude da UFPE entoou a plenos pulmões palavras de ordem históricas da luta pela terra: “É terra! É terra! Para quem nela trabalha! E viva agora e já a Revolução Agrária! É morte! É morte! Ao latifundiário e ao burguês! E viva o Poder Operário-camponês!”, “Nem que coisa engrossa, essa terra é nossa!”. Assim como exigiram todos “Fora, Ladrão Guilherme Maranhão”, “Barro Branco é do Povo!” demonstrando grande revolta diante dos bárbaros ataques do latifúndio.
Os manifestantes exigiram também que a Reitoria da UFPE se posicione imediatamente contra a tentativa de assassinato cometida pelo latifúndio contra a estudante, assim como apoio aos camponeses em luta em Jaqueira e em Pernambuco, de maneira geral. Houve numerosos gestos de solidariedade por toda a comunidade acadêmica presente.
O apoio à luta pela terra, assim como o entusiasmo com os avanços e vitórias da Revolução Agrária têm crescido por todo o Recife, assim como em toda a juventude cada vez maiores contingentes decidem “derrubar os muros da Universidade” e “servir ao povo de todo coração”, como expressado nas contundentes palavras de ordem ecoadas no Centro de Educação.
O Comitê de Apoio ao AND em Recife continuará acompanhando os desdobramentos da resistência dos posseiros de Barro Branco e as ações do Comitê de Apoio à Luta dos Posseiros de Barro Branco. Além do ato na UFPE, Comitê de Apoio à Luta dos Posseiros também está vendendo rifas, que podem ser compradas em seu instagram link, para arrecadar recursos em apoio a resistência dos camponeses em Jaqueira.
O Comitê de Apoio ao AND em Recife vem reportando a resistência dos posseiros de Barro Branco desde 2021. Segue lista das notícias feitas desde a Batalha de Barro Branco:
